Esse blog se mudou.
O novo endereço é http://deleitealeite.wordpress.com
A gente se vê!
Deleite à Leite
deleite (s.m.) : gosto íntimo e suave; delícia; voluptuosidade, regalo.
quinta-feira, novembro 03, 2011
terça-feira, novembro 01, 2011
Livre para voar
Eu tenho uma calopsita chamada Sophia. Meu pai a encontrou toda machucada no jardim aqui do condomínio, trouxe aqui pra casa, minha mãe cuidou dela e ela está conosco desde então. É um bichinho meio traumatizado; talvez porque já tenha sido muito machucada (até hoje seu pescocinho não tem penas, marca do ataque que ela sofreu). Ao contrário das demais calopsitas, a Sophia é desconfiada, medrosa e nada amigável. Mas ela se acostumou com a gente, da mesma maneira que nos acostumamos a ela.
Dia desses, resolvemos deixar sua gaiola aberta para que ela desse uma volta pela casa. Abrimos a parte de cima da gaiola, a portinha da frente e a portinha lateral. E a bichinha, nada de sair da gaiola. Minha mãe chamava-a e ela nem aí. Minha mãe -que de "normal" não tem nem a intenção de ser- colocou comida do lado de fora da gaiola. E ela lá, no seu puleiro.
Eis que, quando já havíamos desistido, ela sai da gaiola pela porta da frente. Dá uns passinhos, admira a máquina de lavar e volta pra gaiola. Pois é. Eu tenho um pássaro que tem medo de ficar fora da gaiola.
Pensando melhor, quantos de nós também não ficamos receosos de sairmos de uma situação cômoda para enfrentarmos o mundo, principalmente depois de termos sido machucados? Não culpo a Sophia. Para quem sofreu, se machucou e carrega marcas, é difícil enfrentar novamente desafios com coragem e força. Às vezes, é mais fácil prosseguirmos com a comodidade de umavida tranquila e segura, ainda que não seja exatamente essa natureza, do que metermos a cara e tornamo-nos passíveis de ataques, de novos sofrimentos.
O mundo lá fora sempre vai nos surpreender. Por mais que achemos que já vimos de tudo, sempre há algo novo. Pra melhor ou pra pior. Acontece que se a gente não der a cara a tapa, vamos restringir nossos mundos à uma gaiola.
A gente precisa, sempre, reaprender a voar. Que as marcas dos machucados do passado sejam somente a lembrança de que existe força pra recomeçar. Afinal de contas, depois do primeiro ataque, a tendência é vir mais forte e muito mais preparado para os demais ataques. E aí, quem sabe, a gente não venha a descobrir que há muito mais entre a gaiola e a máquina de lavar do que imagina nossa vã filosofia...
Sou das tuas, Sophia!
o/\o
Só para constar: Eu vou passar a utilizar o endereço http://deleitealeite.wordpress.com para continuar postando no blog, ok?
Dia desses, resolvemos deixar sua gaiola aberta para que ela desse uma volta pela casa. Abrimos a parte de cima da gaiola, a portinha da frente e a portinha lateral. E a bichinha, nada de sair da gaiola. Minha mãe chamava-a e ela nem aí. Minha mãe -que de "normal" não tem nem a intenção de ser- colocou comida do lado de fora da gaiola. E ela lá, no seu puleiro.
Eis que, quando já havíamos desistido, ela sai da gaiola pela porta da frente. Dá uns passinhos, admira a máquina de lavar e volta pra gaiola. Pois é. Eu tenho um pássaro que tem medo de ficar fora da gaiola.
Pensando melhor, quantos de nós também não ficamos receosos de sairmos de uma situação cômoda para enfrentarmos o mundo, principalmente depois de termos sido machucados? Não culpo a Sophia. Para quem sofreu, se machucou e carrega marcas, é difícil enfrentar novamente desafios com coragem e força. Às vezes, é mais fácil prosseguirmos com a comodidade de umavida tranquila e segura, ainda que não seja exatamente essa natureza, do que metermos a cara e tornamo-nos passíveis de ataques, de novos sofrimentos.
O mundo lá fora sempre vai nos surpreender. Por mais que achemos que já vimos de tudo, sempre há algo novo. Pra melhor ou pra pior. Acontece que se a gente não der a cara a tapa, vamos restringir nossos mundos à uma gaiola.
A gente precisa, sempre, reaprender a voar. Que as marcas dos machucados do passado sejam somente a lembrança de que existe força pra recomeçar. Afinal de contas, depois do primeiro ataque, a tendência é vir mais forte e muito mais preparado para os demais ataques. E aí, quem sabe, a gente não venha a descobrir que há muito mais entre a gaiola e a máquina de lavar do que imagina nossa vã filosofia...
Sou das tuas, Sophia!
o/\o
Só para constar: Eu vou passar a utilizar o endereço http://deleitealeite.wordpress.com para continuar postando no blog, ok?
domingo, maio 22, 2011
Eduque-se
O depoimento da professora Amanda Gurgel, em audiência pública no Rio Grande do Norte, causou verdadeiro frisson essa semana. Não somente por ser uma mulher, brasileira, nordestina, professora, bem articulada. Mas por expôr publiamente algo que nós (e eu me incluo, sim) fechamos os olhos dia após dia: O descaso do país com a eduação pública.
Eu sou uma cria de escolas particulares. Graças a Deus meus pais puderam me dar o conforto de estudar, desde pequena até a faculdade, em instituições particulares de ensino. A realidade que a Professora Amanda Gurgel jogou na nossa cara não é a minha realidade, mas é a realidade da maior parcela de brasileiros. E aí eu sinto que o problema também é meu.
Sinto que o problema é meu não porque eu seja meio Policarpo Quaresma, brasileira defensora ferrenha de todas as camadas da população. Não sou política em campanha, nunca participei de assembléias de sindicatos de trabalhadores e, para falar a verdade, fico bem irritada quando uma determinada classe de trabalhadores em greve resolve fazer passeata em plena Av. Rio Branco, congestionando o trânsito e me fazendo perder a hora de compromissos.
Mas o problema é seu, é meu, é de todo mundo. Você já teve a curiosidade de, ao invés de praguejar contra todos os sindicalistas do universo quando fica preso em congestionamento por conta de passeatas, tentar saber o motivo das reivindicações? Pois é. Se você, eu e o resto do pessoal tentasse saber isso, a gente não estaria surpreso com o discurso da Professora Amanda Gurgel. Ninguém se surpreenderia com o salário-base do professor do RN no patamar de R$ 930,00. Se você já está fazendo contas e descobrindo que não consegue viver com R$ 930,00, imagina só um professor do Rio de Janeiro, cujo salário-base está na casa dos R$ 760,00 (salvo engano)?
E sabe por que isso vem a ser um problema meu? Primeiro porque não sei como será meu futuro. Não tenho a estabilidade de um emprego público, portanto, vai que um dia eu tenha filhos e não tenha condições de dar a comodidade de um ensino particular a eles? Segundo, por que as pessoas que são diretamente influenciadas por este problemas estão ao seu redor: É a secretária do seu escritório, que falta trabalho para ficar na fila para matricular o filho numa escola pública. É o amiguinho do seu filho, aquele que estuda em escola pública e tem bem menos conhecimento que seu filho, estudante de escola particular. É aquela sua amiga, professora, que nunca tem condições de sair com você, às vezes porque não agüenta o tranco de trabalhar de 7:00 da manhã às 22:oo da noite, outras vezes porque não tem dinheiro.
Mas, além disso tudo, isso é um problema meu porque eu sou cidadã, tenho um título de eleitor que me confere o direito de escolher aqueles que irão me representar politicamente. Acontece que a maior parte da população esquece que o título de eleitor também confere um dever àquele que o possui: O dever de saber escolher aquele que o melhor representa. Não quele com melhores propostas (mais especifiamente, melhores promessas), mas sim aquele que, dentro das possibilidades, acena com um planejamento viável.
Não dá pra fazer milagre. O cara que promete mundos e fundos para se eleger, está obviamente mentindo. Ninguém chega tomando conta do pedaço, resolvendo problemas históricos com uma palavra mágica. Mas é preciso aprender a separar o joio do trigo e saber quem merece credibilidade.
Lamento muito por situações como a da professora Amanda Gurgel e tantos outros brasileiros, principalmente porque sei que a base para uma sociedade, seja ela qual for, é a educação. O que você seria sem seus professores? Provavelmente, sequer saberia ler o que estou escrevendo agora. Sem saber ler, você seria um excluído do mercado de trabalho. E sem trabalho, nesse universo capitalista, você seria mais um indigente nas ruas.
Toda e qualquer sociedade precisa entender que a educação é seu pilar. Para desenvolver a saúde, é preciso que médicos tenham estudado medicina. Para desevolver a segurança, é preciso especialistas que estudem a problemática na sociedade. Para desenvolver a ampliação do mercado de trabalho, é preciso fornecer estudos técnicos. Tudo, sem retrições, depende da educação. E, como disse a Professora Amanda Gurgel, nunca foi dada importância à educação nesse país.
Que o tapa na cara dado pela Professora Amanda Gurgel sirva de alguma coisa. Que todos lembrem desse discurso daqui a uma semana, que não entre para a história, que não seja apenas um discursinho com 15 minutos de fama no YouTube. Que possamos nos compadecer e tentar ajudar. E, por enquanto, a minha arma (e de outros tantos, que estão distantes da realidade da Professora Amanda, mas que querem ajudá-la, de alguma forma) é o voto. E eu, Christiane Leite, não vou jogá-lo fora.
E se eu puder convencer você que estamos fazendo tudo errado, votando nas pessoas erradas e que a gente precisa mudar isso, já é uma grande coisa.
=)
Eu sou uma cria de escolas particulares. Graças a Deus meus pais puderam me dar o conforto de estudar, desde pequena até a faculdade, em instituições particulares de ensino. A realidade que a Professora Amanda Gurgel jogou na nossa cara não é a minha realidade, mas é a realidade da maior parcela de brasileiros. E aí eu sinto que o problema também é meu.
Sinto que o problema é meu não porque eu seja meio Policarpo Quaresma, brasileira defensora ferrenha de todas as camadas da população. Não sou política em campanha, nunca participei de assembléias de sindicatos de trabalhadores e, para falar a verdade, fico bem irritada quando uma determinada classe de trabalhadores em greve resolve fazer passeata em plena Av. Rio Branco, congestionando o trânsito e me fazendo perder a hora de compromissos.
Mas o problema é seu, é meu, é de todo mundo. Você já teve a curiosidade de, ao invés de praguejar contra todos os sindicalistas do universo quando fica preso em congestionamento por conta de passeatas, tentar saber o motivo das reivindicações? Pois é. Se você, eu e o resto do pessoal tentasse saber isso, a gente não estaria surpreso com o discurso da Professora Amanda Gurgel. Ninguém se surpreenderia com o salário-base do professor do RN no patamar de R$ 930,00. Se você já está fazendo contas e descobrindo que não consegue viver com R$ 930,00, imagina só um professor do Rio de Janeiro, cujo salário-base está na casa dos R$ 760,00 (salvo engano)?
E sabe por que isso vem a ser um problema meu? Primeiro porque não sei como será meu futuro. Não tenho a estabilidade de um emprego público, portanto, vai que um dia eu tenha filhos e não tenha condições de dar a comodidade de um ensino particular a eles? Segundo, por que as pessoas que são diretamente influenciadas por este problemas estão ao seu redor: É a secretária do seu escritório, que falta trabalho para ficar na fila para matricular o filho numa escola pública. É o amiguinho do seu filho, aquele que estuda em escola pública e tem bem menos conhecimento que seu filho, estudante de escola particular. É aquela sua amiga, professora, que nunca tem condições de sair com você, às vezes porque não agüenta o tranco de trabalhar de 7:00 da manhã às 22:oo da noite, outras vezes porque não tem dinheiro.
Mas, além disso tudo, isso é um problema meu porque eu sou cidadã, tenho um título de eleitor que me confere o direito de escolher aqueles que irão me representar politicamente. Acontece que a maior parte da população esquece que o título de eleitor também confere um dever àquele que o possui: O dever de saber escolher aquele que o melhor representa. Não quele com melhores propostas (mais especifiamente, melhores promessas), mas sim aquele que, dentro das possibilidades, acena com um planejamento viável.
Não dá pra fazer milagre. O cara que promete mundos e fundos para se eleger, está obviamente mentindo. Ninguém chega tomando conta do pedaço, resolvendo problemas históricos com uma palavra mágica. Mas é preciso aprender a separar o joio do trigo e saber quem merece credibilidade.
Lamento muito por situações como a da professora Amanda Gurgel e tantos outros brasileiros, principalmente porque sei que a base para uma sociedade, seja ela qual for, é a educação. O que você seria sem seus professores? Provavelmente, sequer saberia ler o que estou escrevendo agora. Sem saber ler, você seria um excluído do mercado de trabalho. E sem trabalho, nesse universo capitalista, você seria mais um indigente nas ruas.
Toda e qualquer sociedade precisa entender que a educação é seu pilar. Para desenvolver a saúde, é preciso que médicos tenham estudado medicina. Para desevolver a segurança, é preciso especialistas que estudem a problemática na sociedade. Para desenvolver a ampliação do mercado de trabalho, é preciso fornecer estudos técnicos. Tudo, sem retrições, depende da educação. E, como disse a Professora Amanda Gurgel, nunca foi dada importância à educação nesse país.
Que o tapa na cara dado pela Professora Amanda Gurgel sirva de alguma coisa. Que todos lembrem desse discurso daqui a uma semana, que não entre para a história, que não seja apenas um discursinho com 15 minutos de fama no YouTube. Que possamos nos compadecer e tentar ajudar. E, por enquanto, a minha arma (e de outros tantos, que estão distantes da realidade da Professora Amanda, mas que querem ajudá-la, de alguma forma) é o voto. E eu, Christiane Leite, não vou jogá-lo fora.
E se eu puder convencer você que estamos fazendo tudo errado, votando nas pessoas erradas e que a gente precisa mudar isso, já é uma grande coisa.
=)
domingo, março 20, 2011
Objeto de estudo
[Baseado em fatos reais]
Uma mocinha, no samba. Sambando feito mulata Globeleza, apesar de ser branquela e não ter nem o umbigo do corpão da Globeleza. Cansa de sambar, vai até sua mesa, senta, coloca cerveja no seu copo e fica olhando o povo sambar.
Chega um rapaz ao lado dela. Não é lá muito bonito, mas tem um papo bacana. Entabula uma conversa com a mocinha e ela pensa "já que minhas amigas estão lá sambando e eu estou aqui sozinha, vou dar papo pro rapaz".
- Você faz o quê? - ele pergunta.
A mocinha pensa nas mil coisas que ela faz. Inclusive falar fluentemente a língua do P. Mas simplesmente responde:
- Sou advogada.
- Advogada? Legal. Sou psicólogo.
- Hum.
- Veio direto do trabalho?
- Sim. - responde a mocinha, já meio desconfiada. Não gosta de gente que repara tudo e sai tirando conclusões sobre ela.
- É, percebi, você chegou cheia de bolsas.
- Eu podia ser muambeira.
- Não, tinha pastas de arquivo dentro das bolsas.
- Hum. - ela realmente ODEIA quando reparam muito nela.
- E você gosta do que faz.
- Pelo jeito, você também. - ela queria dizer, com todas as letras, que ele estava enchendo o saco com aquela "análise delivery", mas está num processo de evitar ser grossa, então engoliu a resposta seca.
- Gosto muito. Percebi que você gosta pelo tom que você usou pra dizer que é advogada. Com orgulho.
- Que isso. Hoje em dia qualquer um é advogado. Não sabe o que fazer da vida, faz Direito. Até a nova piriguete-sucesso-do-carnaval faz Direito. A que ponto chegamos.
- Viu só como você tem orgulho? Você se incomoda por ter gente em um nível abaixo do seu fazendo Direito.
- Eu não disse isso.
- Nem precisa.
A mocinha se irrita:
- Você veio aqui só pra me analisar?
- Não "só" pra isso.
- Hum.
- Mas você tem orgulho de ser advogada.
- Tenho orgulho de ter estudado 5 anos, de ter conseguido passar na faculdade sem reprovação (mentira, a mocinha havia sido reprovada em Economia no primeiro período), ter passado na monografia e na prova da OAB, a prova mais cascuda, com nota máxima e de ter feito tudo isso sem ter estudado.
- Sem ter estudado?
- É.
- Você é daquelas que estão cansadas de ser "inteligentes" e agora querem ser conhecidas como a "gostosa".
- Oi?
- É. Aposto que você foi inteligente a vida toda, daquelas que aprontavam, mas que sempre foram as CDFs na escola, na faculdade... E agora cansaram de serem rotuladas como inteligentes, querem ser "as gostosas".
- Oi?
- Não é?
- Nem sabia que ainda existia gente que falava CDF.
Silêncio.
- Você é perfeccionista.
- Você não cansa, não?
- Você é perfeccionista e organizada.
- Você devia cobrar pelas suas análises, não fazê-las em pleno samba.
- Você colocou os copos da mesa em ordem.
- Hum.
- E marcou o seu com a etiqueta da garrafa de cerveja.
- Isso é normal, não quero sair bebendo no copo de ninguém.
- Perfeccionista, organizada e possessiva.
- E com traços psicóticos. Juro que se você não sair daqui e me deixar ir sambar, eu jogo toda cerveja do meu copo em você.
- Já estou saindo. Posso deixar meu cartão?
- Quer saber se garrafa voa? Vou tacar na sua cabeça.
E assim a mocinha voltou a sambar.
Uma mocinha, no samba. Sambando feito mulata Globeleza, apesar de ser branquela e não ter nem o umbigo do corpão da Globeleza. Cansa de sambar, vai até sua mesa, senta, coloca cerveja no seu copo e fica olhando o povo sambar.
Chega um rapaz ao lado dela. Não é lá muito bonito, mas tem um papo bacana. Entabula uma conversa com a mocinha e ela pensa "já que minhas amigas estão lá sambando e eu estou aqui sozinha, vou dar papo pro rapaz".
- Você faz o quê? - ele pergunta.
A mocinha pensa nas mil coisas que ela faz. Inclusive falar fluentemente a língua do P. Mas simplesmente responde:
- Sou advogada.
- Advogada? Legal. Sou psicólogo.
- Hum.
- Veio direto do trabalho?
- Sim. - responde a mocinha, já meio desconfiada. Não gosta de gente que repara tudo e sai tirando conclusões sobre ela.
- É, percebi, você chegou cheia de bolsas.
- Eu podia ser muambeira.
- Não, tinha pastas de arquivo dentro das bolsas.
- Hum. - ela realmente ODEIA quando reparam muito nela.
- E você gosta do que faz.
- Pelo jeito, você também. - ela queria dizer, com todas as letras, que ele estava enchendo o saco com aquela "análise delivery", mas está num processo de evitar ser grossa, então engoliu a resposta seca.
- Gosto muito. Percebi que você gosta pelo tom que você usou pra dizer que é advogada. Com orgulho.
- Que isso. Hoje em dia qualquer um é advogado. Não sabe o que fazer da vida, faz Direito. Até a nova piriguete-sucesso-do-carnaval faz Direito. A que ponto chegamos.
- Viu só como você tem orgulho? Você se incomoda por ter gente em um nível abaixo do seu fazendo Direito.
- Eu não disse isso.
- Nem precisa.
A mocinha se irrita:
- Você veio aqui só pra me analisar?
- Não "só" pra isso.
- Hum.
- Mas você tem orgulho de ser advogada.
- Tenho orgulho de ter estudado 5 anos, de ter conseguido passar na faculdade sem reprovação (mentira, a mocinha havia sido reprovada em Economia no primeiro período), ter passado na monografia e na prova da OAB, a prova mais cascuda, com nota máxima e de ter feito tudo isso sem ter estudado.
- Sem ter estudado?
- É.
- Você é daquelas que estão cansadas de ser "inteligentes" e agora querem ser conhecidas como a "gostosa".
- Oi?
- É. Aposto que você foi inteligente a vida toda, daquelas que aprontavam, mas que sempre foram as CDFs na escola, na faculdade... E agora cansaram de serem rotuladas como inteligentes, querem ser "as gostosas".
- Oi?
- Não é?
- Nem sabia que ainda existia gente que falava CDF.
Silêncio.
- Você é perfeccionista.
- Você não cansa, não?
- Você é perfeccionista e organizada.
- Você devia cobrar pelas suas análises, não fazê-las em pleno samba.
- Você colocou os copos da mesa em ordem.
- Hum.
- E marcou o seu com a etiqueta da garrafa de cerveja.
- Isso é normal, não quero sair bebendo no copo de ninguém.
- Perfeccionista, organizada e possessiva.
- E com traços psicóticos. Juro que se você não sair daqui e me deixar ir sambar, eu jogo toda cerveja do meu copo em você.
- Já estou saindo. Posso deixar meu cartão?
- Quer saber se garrafa voa? Vou tacar na sua cabeça.
E assim a mocinha voltou a sambar.
domingo, janeiro 02, 2011
Metas 2011
Cansei de fazer metas de ano novo e chegar ao fim daquele ano sem ter cumprido nenhuma. Eu tenho uma tendência a me empolgar com esse lance de "ano novo, vida nova" e fazer os planos mais irreais possíveis: "No ano que vem eu vou estudar para passar em um concurso, no ano que vem eu vou ser mais mocinha, no ano que vem eu vou beber menos". Tá, não dá.
Esse ano, resolvi trabalhar no "gerenciamento de projetos" para minhas metas de ano novo. Para isso, resolvi classificar as metas como sendo de curto, médio e longo prazo. A vantagem é que elas se tornam atemporais. ou seja, não têm data de vencimento em 31/12/2011. E o melhor: Como em 12/12/2012 o mundo vai acabar, eu não preciso me culpar se não cumprir todas elas. A culpa é do Big Boss (a.k.a. "Deus"), não minha.
É esperar pra ver!
Beijo e Joyeux 2011!
=*
Esse ano, resolvi trabalhar no "gerenciamento de projetos" para minhas metas de ano novo. Para isso, resolvi classificar as metas como sendo de curto, médio e longo prazo. A vantagem é que elas se tornam atemporais. ou seja, não têm data de vencimento em 31/12/2011. E o melhor: Como em 12/12/2012 o mundo vai acabar, eu não preciso me culpar se não cumprir todas elas. A culpa é do Big Boss (a.k.a. "Deus"), não minha.
- Metas a curto prazo -
1. Diminuir a quantidade de cigarros fumados. Primeira meta: Fazer com que um maço dure, pelo menos, 3 dias.
2. Falar menos palavrão. Menos do que já estou falando. Como diz meu irmão, eu preciso tomar vergonha na cara e ser mais menininha.
3. Estudar um pouco mais, porque esses 5 anos de formada já foram suficientes pra me convencer que não posso ser advogada pro resto da vida.
4. Não namorar até o Carnaval.
5. Emagrecer 5 kgs até fevereiro.
6. Deixar de ser tão assexuada quanto um protozoário
- Metas a médio prazo -
1. Fazer com que um maço de cigarro dure 1 semana.
2. Escrever mais poesia
3. Emagrecer 7 kgs até a Páscoa e engordar só 3 kgs após esta.
4. Não subir em palcos. Não cantar em microfones. Não sensualizar na pista de dança. Não fazer vergonha na night.
5. Arrumar um namorado até o dia dos namorados.
6. Terminar o namoro 1 semana após o dia dos namorados. E esquecer de comprar presente para o namorado.
- Metas a longo prazo -
1. Parar de fumar.
2. Aprender a usar saia e, principalmente, aprender a sentar de saia de perninhas fechadas.
3. Parar de beber todo dia.
4. Acostumar-me à belíssima arte de pensar antes de falar.
5. Casar com Eike Batista no regime de comunhão universal de bens.
6. Cumprir com todas as minhas promessas, porque eu tô longe de ser política em campanha.
É esperar pra ver!
Beijo e Joyeux 2011!
=*
terça-feira, dezembro 21, 2010
Poeteira
Esses olhos que me encontram
Sem sequer me procurar
São os mesmos que debocham
Da paixão que venho declarar.
Essa boca que me acaricia
Não lembra aquela que me diz 'não'.
Teu beijo é uma declaração vazia:
É somente desejo sem paixão.
Extasia-me com a mão junto à minha
Entrelaçando nossos dedos em nó.
Mas sempre a realidade se alinha
E lembra-me que aquela noite é só.
Essa realidade me entorpece
E faz-me optar por não mais sonhar,
Não mais esperar mais do que acontece:
Esquecer a mão, a boca e o olhar.
Se fosse fácil, eu o faria nesse momento.
E esqueceria tudo sem qualquer pesar,
Mas é a mão, a boca, o olhar sempre em alento,
É toda a utopia de se permitir apaixonar.
Sem sequer me procurar
São os mesmos que debocham
Da paixão que venho declarar.
Essa boca que me acaricia
Não lembra aquela que me diz 'não'.
Teu beijo é uma declaração vazia:
É somente desejo sem paixão.
Extasia-me com a mão junto à minha
Entrelaçando nossos dedos em nó.
Mas sempre a realidade se alinha
E lembra-me que aquela noite é só.
Essa realidade me entorpece
E faz-me optar por não mais sonhar,
Não mais esperar mais do que acontece:
Esquecer a mão, a boca e o olhar.
Se fosse fácil, eu o faria nesse momento.
E esqueceria tudo sem qualquer pesar,
Mas é a mão, a boca, o olhar sempre em alento,
É toda a utopia de se permitir apaixonar.
quarta-feira, novembro 17, 2010
Quatro dias
Desde que me entendo por gente, acho mais fácil escrever o que sinto do que falar. Em palavras escritas eu me exponho totalmente, eu transpareço, eu não tenho vergonha. Meus amigos mais chegados com certeza já perderam a conta de quantas cartinhas já escrevi para eles: Para dizer que amo, para pedir desculpas, para brigar, para agradecer... Enfim.
Há um tempo atrás, quando estava no colégio, tudo me inspirava poesia. Cheguei a escrever poesia sobre maçãs e tijolos. De um tempo pra cá, a responsabilidade (e talvez a idade) fez com que essa inspiração fosse mais superficial. Escrevo coisas mais direcionadas. Como se fossem rimas endereçadas, com nome, sobrenome e CEP.
Essa foi uma delas. Acho que escrevi faz uns dois meses. O "relacionamento" acabou, a poesia ficou e agora, divido com vocês. Enjoy.
"Quatro dias se passaram
E eu não te esqueci,
Quatro dias me passaram
Sem cumprir o que prometi;
Quatro dias de ausência
Para tentar ignorar a saudade,
Quatro dias de incongruência
Entre o moral e a vontade;
Quatro dias para esquecer paradoxos
Que me levaram a nenhum lugar,
Quatro dias de métodos ortodoxos
Para resistir à tentação de te procurar;
Quatro dias e a conclusão, afinal,
De que, apesar dos esforços, nada mudou,
Quatro dias e a paixão, letal,
Lacerando-me como lembrança do que não vingou."
É isso, amiguinhos!
Um beijo e um queijo. =*
Há um tempo atrás, quando estava no colégio, tudo me inspirava poesia. Cheguei a escrever poesia sobre maçãs e tijolos. De um tempo pra cá, a responsabilidade (e talvez a idade) fez com que essa inspiração fosse mais superficial. Escrevo coisas mais direcionadas. Como se fossem rimas endereçadas, com nome, sobrenome e CEP.
Essa foi uma delas. Acho que escrevi faz uns dois meses. O "relacionamento" acabou, a poesia ficou e agora, divido com vocês. Enjoy.
"Quatro dias se passaram
E eu não te esqueci,
Quatro dias me passaram
Sem cumprir o que prometi;
Quatro dias de ausência
Para tentar ignorar a saudade,
Quatro dias de incongruência
Entre o moral e a vontade;
Quatro dias para esquecer paradoxos
Que me levaram a nenhum lugar,
Quatro dias de métodos ortodoxos
Para resistir à tentação de te procurar;
Quatro dias e a conclusão, afinal,
De que, apesar dos esforços, nada mudou,
Quatro dias e a paixão, letal,
Lacerando-me como lembrança do que não vingou."
É isso, amiguinhos!
Um beijo e um queijo. =*
segunda-feira, novembro 15, 2010
O país do futuro
Já tem um tempo estu querendo escrever esse post. Mas preferi deixar a época de eleições passar, para não parecer tendenciosa. Agora que as notícias eleitorais estão perdendo páginas em jornais, agora que até a polêmica do Tiririca foi resolvida e o "abestado" vai -contra todas as indicações- entrar para a Câmara dos Deputados, resolvi vir aqui e escrevê-lo.
O texto, ao contrário dos demais daqui do blog, é sério. Pode não agradar à galera que vem aqui, mas sabe quando uma determinada opinião fica presa, pedindo para ser exposta? Pois é. Ela está aqui faz um tempão e eu precisava MUITO libertá-la, sob pena de auto-censura.
Primeiro ponto: Eu acho que o povo brasileiro não sabe votar. Mas não é exclusivamente culpa da população. Digo "exclusivamente" porque, afinal de contas, temos uma parcela ignorante que perfere permanecer alheia à evidências. A população nunca foi dada à leitura, à análise crítica de teorias. Basta ver que os ditos "comunistas" de 1964 sequer haviam lido "O Capital". Aí os caras dizem-se seguidors de Marx e Marcuse sem tê-los efetivamente lido. Ou seja, parte da ignorância está presente na inércia da própria população.
Mas não é somente culpa do povo, não. O Brasil tem um histórico muito parco de eleições diretas. Vejam bem, a ditadura teve fim em 1985 e, ainda assim, Tancredo Neves não foi eleito por via direta. Não foi o cara escolhido pelos cidadãos. Whatever. Na primeira oportunidade que a população teve, de fato, oportunidade de mostrar seu "entendimento político" e eleger um cara para governar um país inteiro, elegeram o Collor (digo "elegeram" porque eu, aos 7 anos de idade, não fiz parte dessa massa ignorante). No primeiro dia do seu mandato, o cara congela as poupanças. O final, todo mundo sabe.
O que quero deixar bem claro é que não existe uma "educação política" para os brasileiros. Brasil não é Estados Unidos, que, desde sempre, tem uma democracia. Brasil enfrentou anos e anos de ditadura. Só temos eleições diretas há 20 anos. Isso é muito pouco para uma população de país continental aprender a votar.
Segundo ponto: Não temos uma tradição política forte. A esquerda de ontem é a política da situação de hoje. A direita de ontem é a oposição de hoje. Esquerda e direita se confundem em coalizões que, ao menos para mim, não têm explicação. Não temos uma divergência nítida, como entre Republicanos e Democratas americanos. Aqui é "todo mundo junto e misturado". É um tal de abrir mão de ideologias próprias para benefício próprio, para aumentar as chances de, enfim, entrar para o Governo... Assim é nossa democracia. É ela que nos faz eleger o "menos pior".
Terceiro ponto (e agora eu me meto na situação política atual, sob pena de linchamento): Eu acredito que estamos vivendo um golpe de Estado velado. Tá bom, vocês podem achar exagero. Eu não me importo. Mas coloco minhas razões (e na verdade, não ligo para discordâncias, a porcaria da teoria é minha).
Existe uma coisa fundamental para a democracia: A existência de uma oposição forte. Uma vez que os maiores partidos tornam-se os partidos da situação, a oposição enfraquece. Sem oposição, ficamos sem reformas políticas, afinal, a pressão sempre vem de fora, nunca de dentro.
Um governo que se coloca no poder por 12 anos acaba enfraquecendo a oposição e fazendo aliados inimagináveis. As reformas que acontecem acabam acontecendo de um jeito conveniente ao Governo e não à população.
Aí você vem e me diz: "Besteira sua, você está partindo da premissa de que a população é suficientemente cega para não enxergar essa manobra". Só digo uma coisa: Quando rolou o AI-5, em 1968, aqueeeele que cassou todos (T-O-D-O-S) os direitos políticos dos cidadãos, foi feita uma pesquisa pelo Dieese com a camada operária (tradicionalmente, a camada que incitava a revolução) e 35% dos operários achavam que a ditadura, naqueles moldes, plena e absoluta, em que ninguém mais tinha direitos políticos, era a chava para o desenvolvimento. Por isso que a "nossa" revolução foi mais estudantil do que operária: Por conta de um "milare econômico" que beneficiava uma só classe, até a classe operária via que o Brasil crscia economicamente. E repaldava esse crescimento na ditadura (e Delfim Neto). Absurdo dos absurdos.
Não podemos deixar, jamais, que a oposição enfraqueça e que todos os benefícios à população sejam criados nos moldes que sejam mais convenientes àqueles que estão no poder. Não podemos deixar de lembrar que o pior cego é aquele que não quer enxergar. Ou que só enxerga aquilo que está a um palmo de seus olhos, não fazendo uma análise crítica do que está ao redor.
Recado dado. E se você leu até aqui, concordando ou não, obrigada: Eu precisava de atenção.
=)
O texto, ao contrário dos demais daqui do blog, é sério. Pode não agradar à galera que vem aqui, mas sabe quando uma determinada opinião fica presa, pedindo para ser exposta? Pois é. Ela está aqui faz um tempão e eu precisava MUITO libertá-la, sob pena de auto-censura.
Primeiro ponto: Eu acho que o povo brasileiro não sabe votar. Mas não é exclusivamente culpa da população. Digo "exclusivamente" porque, afinal de contas, temos uma parcela ignorante que perfere permanecer alheia à evidências. A população nunca foi dada à leitura, à análise crítica de teorias. Basta ver que os ditos "comunistas" de 1964 sequer haviam lido "O Capital". Aí os caras dizem-se seguidors de Marx e Marcuse sem tê-los efetivamente lido. Ou seja, parte da ignorância está presente na inércia da própria população.
Mas não é somente culpa do povo, não. O Brasil tem um histórico muito parco de eleições diretas. Vejam bem, a ditadura teve fim em 1985 e, ainda assim, Tancredo Neves não foi eleito por via direta. Não foi o cara escolhido pelos cidadãos. Whatever. Na primeira oportunidade que a população teve, de fato, oportunidade de mostrar seu "entendimento político" e eleger um cara para governar um país inteiro, elegeram o Collor (digo "elegeram" porque eu, aos 7 anos de idade, não fiz parte dessa massa ignorante). No primeiro dia do seu mandato, o cara congela as poupanças. O final, todo mundo sabe.
O que quero deixar bem claro é que não existe uma "educação política" para os brasileiros. Brasil não é Estados Unidos, que, desde sempre, tem uma democracia. Brasil enfrentou anos e anos de ditadura. Só temos eleições diretas há 20 anos. Isso é muito pouco para uma população de país continental aprender a votar.
Segundo ponto: Não temos uma tradição política forte. A esquerda de ontem é a política da situação de hoje. A direita de ontem é a oposição de hoje. Esquerda e direita se confundem em coalizões que, ao menos para mim, não têm explicação. Não temos uma divergência nítida, como entre Republicanos e Democratas americanos. Aqui é "todo mundo junto e misturado". É um tal de abrir mão de ideologias próprias para benefício próprio, para aumentar as chances de, enfim, entrar para o Governo... Assim é nossa democracia. É ela que nos faz eleger o "menos pior".
Terceiro ponto (e agora eu me meto na situação política atual, sob pena de linchamento): Eu acredito que estamos vivendo um golpe de Estado velado. Tá bom, vocês podem achar exagero. Eu não me importo. Mas coloco minhas razões (e na verdade, não ligo para discordâncias, a porcaria da teoria é minha).
Existe uma coisa fundamental para a democracia: A existência de uma oposição forte. Uma vez que os maiores partidos tornam-se os partidos da situação, a oposição enfraquece. Sem oposição, ficamos sem reformas políticas, afinal, a pressão sempre vem de fora, nunca de dentro.
Um governo que se coloca no poder por 12 anos acaba enfraquecendo a oposição e fazendo aliados inimagináveis. As reformas que acontecem acabam acontecendo de um jeito conveniente ao Governo e não à população.
Aí você vem e me diz: "Besteira sua, você está partindo da premissa de que a população é suficientemente cega para não enxergar essa manobra". Só digo uma coisa: Quando rolou o AI-5, em 1968, aqueeeele que cassou todos (T-O-D-O-S) os direitos políticos dos cidadãos, foi feita uma pesquisa pelo Dieese com a camada operária (tradicionalmente, a camada que incitava a revolução) e 35% dos operários achavam que a ditadura, naqueles moldes, plena e absoluta, em que ninguém mais tinha direitos políticos, era a chava para o desenvolvimento. Por isso que a "nossa" revolução foi mais estudantil do que operária: Por conta de um "milare econômico" que beneficiava uma só classe, até a classe operária via que o Brasil crscia economicamente. E repaldava esse crescimento na ditadura (e Delfim Neto). Absurdo dos absurdos.
Não podemos deixar, jamais, que a oposição enfraqueça e que todos os benefícios à população sejam criados nos moldes que sejam mais convenientes àqueles que estão no poder. Não podemos deixar de lembrar que o pior cego é aquele que não quer enxergar. Ou que só enxerga aquilo que está a um palmo de seus olhos, não fazendo uma análise crítica do que está ao redor.
Recado dado. E se você leu até aqui, concordando ou não, obrigada: Eu precisava de atenção.
=)
domingo, novembro 07, 2010
Com o tempo a gente aprende que - Parte I
1) Não devemos guardar rancor, mas também não devemos esquecer daquela pessoa que, quando poderia ter te ajudado, não o fez.
2) Não podemos perder aquilo que nunca tivemos, mas isso não significa que não sintamos saudade.
3) Os críticos vão atacar nossos defeitos, os amigos vão elogiar nossas qualidades, mas só um grande amigo vai saber trabalhar nossas maiores qualidades e ajudar a mudar nossos maiores defeitos.
4) Inevitavelmente, quando temos a possibilidade de escolher entre 2 opções, alguém vai sair machucado. É o caos necessário.
5) Existem erros que (infelizmente) temos o prazer de repetir.
6) Para alguns, falar é fácil, agir é possivel, mas difícil mesmo é assumir as suas atitudes.
7) Ter uma mente pensante e ser diferente dos padrões pré-estabelecidos é ser rotulado como maluco, irresponsável e outros adjetivos nada agradáveis.
8) Aqueles que mais discursam sobre "liberdade de ser" são aqueles que menos têm uma identidade própria a assumir.
9) Bunda não faz falta hoje, mas cérebro fará falta amanhã.
10) Insistir demais em uma verdade faz com que a mesma pareça mentira.
Fica a dica.
=)
2) Não podemos perder aquilo que nunca tivemos, mas isso não significa que não sintamos saudade.
3) Os críticos vão atacar nossos defeitos, os amigos vão elogiar nossas qualidades, mas só um grande amigo vai saber trabalhar nossas maiores qualidades e ajudar a mudar nossos maiores defeitos.
4) Inevitavelmente, quando temos a possibilidade de escolher entre 2 opções, alguém vai sair machucado. É o caos necessário.
5) Existem erros que (infelizmente) temos o prazer de repetir.
6) Para alguns, falar é fácil, agir é possivel, mas difícil mesmo é assumir as suas atitudes.
7) Ter uma mente pensante e ser diferente dos padrões pré-estabelecidos é ser rotulado como maluco, irresponsável e outros adjetivos nada agradáveis.
8) Aqueles que mais discursam sobre "liberdade de ser" são aqueles que menos têm uma identidade própria a assumir.
9) Bunda não faz falta hoje, mas cérebro fará falta amanhã.
10) Insistir demais em uma verdade faz com que a mesma pareça mentira.
Fica a dica.
=)
Campeonato Brasileiro 2010
Não que meu time esteja bem na coisa. Na verdade, está pior do que eu poderia imaginar. Mas uma coisa é certa e eu preciso deixar registrado aqui: Fluminense só é líder porque um dia já existiu a Copa João Havelange.
A defesa encerra, Meritíssimo.
=*
A defesa encerra, Meritíssimo.
=*
domingo, outubro 10, 2010
Ressaca moral
Esse é meu conselho: Se beber, vá pra casa. O álcool não só traz dor de cabeça, enjôo e gosto de borracha na boca no dia seguinte. O álcool traz a ressaca moral, a sensação horrorosa do "por que eu fiz aquilo?" no dia seguinte.
Por isso, meu caro, ouça a voz da experiência: Se começar a ver que está bebendo além do limite, não titubeie: Vá pro aconchego do lar e mantenha-se longe de qualquer meio de comunicação: Celular, internet, sinal de fumaça. Vai por mim.
Porque depois de umas e outras, invariavelmente, você está chegando no cara (ou na garota) mais sem sal que está no mesmo local que você. Quiçá o mais feio (ou a mais feia). Você está bancando a pessoa descolada, engraçada, interessante para quem está totalmente "a perigo".
Porque depois de umas e outras você está ligando para todo mundo. Maldito telefone celular, maldita agenda de telefone celular, maldito bônus em ligações, maldita cachaça. Você liga para seu (ou sua) ex, para aquela pessoa que já te deu vários pés-na-bunda e para seus amigos, acordando-os no meio da madrugada. Sabe-se lá o que você vai falar, mas você liga, anyway. Plena e total "auto-vergonha" no dia seguinte.
Porque depois de umas e outras, você abraça seu amigo, abraça seu inimigo, abraça até o garçom e diz que ama todo mundo. Seu coração é puro amor. O álcool te faz virar Hello Kitty. Pior é quando as pessoas realmente acreditam em tanto amor.
Porque depois de umas e outras, você é o Baryshnikov e dá um show na pista de dança. Ou então você é Montserrat Caballé, pede o microfone e começa a cantar uma música que só pode ser em norueguês, pois ninguém entende. Não faça isso, nunca, jamais. Mesmo porque vai existir alguém com um celular na mão para registrar aquele momento-decadência-humana em que você está em cima de um palco, dançando funk descompensadamente.
Porque depois de umas e outras você vai fazer milhões de besteiras e vai pra casa dormir, como se nada houvesse acontecido. Vai acordar no dia seguinte com dor de cabeça, enjôo, gosto de borracha na boca e uma pergunta muito clara: "O que eu fui fazer...?". E se você não lembrar, não se preocupe: Sempre vai ter um amigo para te lembrar, com um sorriso no rosto, das suas cagadas do dia anterior.
Por estas e outras, meu caro, não esqueça deste conselho: Se você notar que está bebendo além da conta, arrume suas trouxas e vá pra segurança de sua casa. Depois não venha dizer que eu não avisei.
=)
Por isso, meu caro, ouça a voz da experiência: Se começar a ver que está bebendo além do limite, não titubeie: Vá pro aconchego do lar e mantenha-se longe de qualquer meio de comunicação: Celular, internet, sinal de fumaça. Vai por mim.
Porque depois de umas e outras, invariavelmente, você está chegando no cara (ou na garota) mais sem sal que está no mesmo local que você. Quiçá o mais feio (ou a mais feia). Você está bancando a pessoa descolada, engraçada, interessante para quem está totalmente "a perigo".
Porque depois de umas e outras você está ligando para todo mundo. Maldito telefone celular, maldita agenda de telefone celular, maldito bônus em ligações, maldita cachaça. Você liga para seu (ou sua) ex, para aquela pessoa que já te deu vários pés-na-bunda e para seus amigos, acordando-os no meio da madrugada. Sabe-se lá o que você vai falar, mas você liga, anyway. Plena e total "auto-vergonha" no dia seguinte.
Porque depois de umas e outras, você abraça seu amigo, abraça seu inimigo, abraça até o garçom e diz que ama todo mundo. Seu coração é puro amor. O álcool te faz virar Hello Kitty. Pior é quando as pessoas realmente acreditam em tanto amor.
Porque depois de umas e outras, você é o Baryshnikov e dá um show na pista de dança. Ou então você é Montserrat Caballé, pede o microfone e começa a cantar uma música que só pode ser em norueguês, pois ninguém entende. Não faça isso, nunca, jamais. Mesmo porque vai existir alguém com um celular na mão para registrar aquele momento-decadência-humana em que você está em cima de um palco, dançando funk descompensadamente.
Porque depois de umas e outras você vai fazer milhões de besteiras e vai pra casa dormir, como se nada houvesse acontecido. Vai acordar no dia seguinte com dor de cabeça, enjôo, gosto de borracha na boca e uma pergunta muito clara: "O que eu fui fazer...?". E se você não lembrar, não se preocupe: Sempre vai ter um amigo para te lembrar, com um sorriso no rosto, das suas cagadas do dia anterior.
Por estas e outras, meu caro, não esqueça deste conselho: Se você notar que está bebendo além da conta, arrume suas trouxas e vá pra segurança de sua casa. Depois não venha dizer que eu não avisei.
=)
sexta-feira, setembro 24, 2010
Sentimentalismo : Não trabalhamos.
Nunca fui uma pessoa muito dada a "sentimentalismos". Veja bem, não é que eu não tenha sentimentos e nem que eu seja uma pedra, impassível à qualquer manifestação daqueles ao meu redor. Não é isso. Eu simplesmente não sei muito bem trabalhar com sentimentos alheios.
A pessoa brigou com o melhor amigo. Terminou um relacionamento. Passa por um período de doença de um ente querido. Perdeu o emprego. Não passou numa prova importante. Apaixonou-se sem reciprocidade. Está passando por uma fase difícil. Coisas normais, pelas quais eu já passei e metade do mundo também já passou.
Não é que eu adote o lema do “cada um com seus problemas”. Eu só não tenho muita paciência para ouvir e quase nenhum tato para opinar. Perdeu o emprego? Procura outro. Não passou numa prova importante? Tenta de novo. Apaixonou-se sem reciprocidade? Abstrai. A solução é sempre simples e está bem na nossa cara. Acontece que “simples” não quer dizer que seja “fácil” e nem tudo que é muito óbvio é, também, muito fácil de ser adotado. É, nem sempre é so easy se viver.
Acontece que as pessoas esperam muito de mim. Por eu ser amiga, esperam que eu sofra o mesmo sofrimento. E é isso que eu não sei fazer. Não sei o que fazer ao ver alguém chorando. Prefiro me abster. E aí, pode parecer que sou uma pessoa mega insensível –o que, frise-se, não sou.
Eu não sei dizer que “vai ficar tudo bem” sem ter plena ciência de que, de fato, vai ficar tudo bem. A vida é assim, uns dias nós perdemos, outros dias nós ganhamos. E vida que segue. Não há mal que dure para sempre e nem bem que nunca se acabe.
Quanto aos posts anteriores, se é para felicidade geral da nação (e para dar um ponto final no assunto), diga ao povo que declaro-me encalhada confessa. Fim de papo.
=)
A pessoa brigou com o melhor amigo. Terminou um relacionamento. Passa por um período de doença de um ente querido. Perdeu o emprego. Não passou numa prova importante. Apaixonou-se sem reciprocidade. Está passando por uma fase difícil. Coisas normais, pelas quais eu já passei e metade do mundo também já passou.
Não é que eu adote o lema do “cada um com seus problemas”. Eu só não tenho muita paciência para ouvir e quase nenhum tato para opinar. Perdeu o emprego? Procura outro. Não passou numa prova importante? Tenta de novo. Apaixonou-se sem reciprocidade? Abstrai. A solução é sempre simples e está bem na nossa cara. Acontece que “simples” não quer dizer que seja “fácil” e nem tudo que é muito óbvio é, também, muito fácil de ser adotado. É, nem sempre é so easy se viver.
Acontece que as pessoas esperam muito de mim. Por eu ser amiga, esperam que eu sofra o mesmo sofrimento. E é isso que eu não sei fazer. Não sei o que fazer ao ver alguém chorando. Prefiro me abster. E aí, pode parecer que sou uma pessoa mega insensível –o que, frise-se, não sou.
Eu não sei dizer que “vai ficar tudo bem” sem ter plena ciência de que, de fato, vai ficar tudo bem. A vida é assim, uns dias nós perdemos, outros dias nós ganhamos. E vida que segue. Não há mal que dure para sempre e nem bem que nunca se acabe.
Quanto aos posts anteriores, se é para felicidade geral da nação (e para dar um ponto final no assunto), diga ao povo que declaro-me encalhada confessa. Fim de papo.
=)
sexta-feira, setembro 17, 2010
O liame entre estar solteira e ser solteira
Diante de tantos comentários via Twitter, msn e afins, é necessário fazer alguns esclarecimentos acerca das minhas palavras.
O texto anterior não foi inspirado em mim. Foi inspirado na Ana, uma advogada linda, loira, divertida, inteligente. E, como ela mesmo se rotula, encalhada (e antes que falem qualquer coisa, eu não estou "explanando" a Ana, escrevo sobre ela com o aval dela, ok?).
Contudo, como bem disse Danielle (uma outra amiga linda, morena, interessante e solteira) em seu comentário, existe uma grande diferença entre "ser encalhada" e "ser seletiva".
De fato, existe uma certa tendência a visualizar mulheres solteiras como "aquelas que ninguém quer namorar". Isso é uma baita injustiça. Veja bem: Como é possível alguém rotular Danielles e Anas como "encalhadas"?
Existe uma linha tênue entre "ser" solteira e "estar" solteira, não que tal status seja depreciativo. Você "é" solteira por opção (ou não), mas você somente "está" solteira por falta de opção. E isso faz toda a diferença.
O que não se deve fazer, em nenhuma hipótese, é generalizar, afirmando que homens seguem tais regras somente quando a mulher vale a pena. A unanimidade é burra: Quando a gente generaliza um certo comportamento, a gente deixa de vislumbrar todas as nuances, todas as possibilidades daquele comportamento. Afinal de contas, pode ser que o príncipe da Ana finja, em ocasiões sociais, que nada está acontecendo entre ambos. Ou que o principe da Dani possa mentir de vez em quando, pra manter a relação. Vai saber. A única coisa que tenho certeza é que meu príncipe não usa pochete. Definitivamente.
No caso do post anterior, a Ana estava gostando de um rapaz, porém esse rapaz não gostava dela com a mesma intensidade. Ela queria um relacionamento sério, ele não. Entre tantos caras que estariam dispostos a encarar um relacionamento a sério com ela, ela foi gostar logo daquele que não quer. O que não faz dela uma encalhada, obviamente.
Mulheres lindas, inteligentes, independentes e encalhadas, uni-vos. "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás!".
=)
O texto anterior não foi inspirado em mim. Foi inspirado na Ana, uma advogada linda, loira, divertida, inteligente. E, como ela mesmo se rotula, encalhada (e antes que falem qualquer coisa, eu não estou "explanando" a Ana, escrevo sobre ela com o aval dela, ok?).
Contudo, como bem disse Danielle (uma outra amiga linda, morena, interessante e solteira) em seu comentário, existe uma grande diferença entre "ser encalhada" e "ser seletiva".
De fato, existe uma certa tendência a visualizar mulheres solteiras como "aquelas que ninguém quer namorar". Isso é uma baita injustiça. Veja bem: Como é possível alguém rotular Danielles e Anas como "encalhadas"?
Existe uma linha tênue entre "ser" solteira e "estar" solteira, não que tal status seja depreciativo. Você "é" solteira por opção (ou não), mas você somente "está" solteira por falta de opção. E isso faz toda a diferença.
O que não se deve fazer, em nenhuma hipótese, é generalizar, afirmando que homens seguem tais regras somente quando a mulher vale a pena. A unanimidade é burra: Quando a gente generaliza um certo comportamento, a gente deixa de vislumbrar todas as nuances, todas as possibilidades daquele comportamento. Afinal de contas, pode ser que o príncipe da Ana finja, em ocasiões sociais, que nada está acontecendo entre ambos. Ou que o principe da Dani possa mentir de vez em quando, pra manter a relação. Vai saber. A única coisa que tenho certeza é que meu príncipe não usa pochete. Definitivamente.
No caso do post anterior, a Ana estava gostando de um rapaz, porém esse rapaz não gostava dela com a mesma intensidade. Ela queria um relacionamento sério, ele não. Entre tantos caras que estariam dispostos a encarar um relacionamento a sério com ela, ela foi gostar logo daquele que não quer. O que não faz dela uma encalhada, obviamente.
Mulheres lindas, inteligentes, independentes e encalhadas, uni-vos. "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás!".
=)
terça-feira, setembro 14, 2010
Os 10 mandamentos do "dia seguinte"
"Acho que existe uma gama de homens que se faz de idiota pra sobreviver". Essa foi a frase que mandei -e que foi altamente aplaudida- num papo com outras mulheres, advogadas, aguardando audiências nos corredores do Fórum. Mulheres lindas, inteligentes, bem-sucedidas... e solteiras! Algumas solteiras por opção, outras solteiras por "falta de" opção.
Por quê essas mulheres estão solteiras, sozinhas? Simplesmente porque não encontraram ainda "o" cara. Cada um tem seu molde, cada uma tem sua visualização de príncipe encantado. Só que essas mulheres estão cansadas de dar com os burros n'água. Resumindo: Cansadas de beijar vários sapos esperando que eles virem príncipes.
Foi pensando nisso que esses mandamentos foram elaborados. São regras básicas, tão básicas que nem deveriam ser mandamentos, mas que andam em total desuso. Lembrando que a ordem dos fatores não altera o produto, ou seja, nenhum mandamento é mais importante que o outro: Todas são fatais.
E tenho dito.
=)
Por quê essas mulheres estão solteiras, sozinhas? Simplesmente porque não encontraram ainda "o" cara. Cada um tem seu molde, cada uma tem sua visualização de príncipe encantado. Só que essas mulheres estão cansadas de dar com os burros n'água. Resumindo: Cansadas de beijar vários sapos esperando que eles virem príncipes.
Foi pensando nisso que esses mandamentos foram elaborados. São regras básicas, tão básicas que nem deveriam ser mandamentos, mas que andam em total desuso. Lembrando que a ordem dos fatores não altera o produto, ou seja, nenhum mandamento é mais importante que o outro: Todas são fatais.
1- Não tratarás a mulher que está contigo como "mais uma".
2- Não compararás a mulher que está contigo com outras.
3- Não broxarás.
4- Não cantarás as amigas da mulher que está contigo.
5- Não telefonarás com o exclusivo intuito de sexo casual, pois a mulher que está contigo não cobra por hora.
6- Não mentirás.
7- Não usarás pochete.
8- Não terás comportamento social como se nada estivesse acontecendo entre tu e a mulher que está contigo.
9- Não deixarás que a situação fique confusa: Amor é amor, romance é romance, traição é traição e um lance é um lance.
10- Não sumirás no dia seguinte -sob nenhuma hipótese.
E tenho dito.
=)
domingo, setembro 05, 2010
Carta nº 4
Amiga,
Cá estou eu, novamente, respondendo uma de suas cartas. Não sou a pessoa mais indicada para dar conselhos, mesmo porque se conselhos fossem bons, eu faria leilão dos meus. Mas experiência eu tenho de sobra. Então, leia essa carta não como um conselho, mas como se estivesse falando com a "voz da experiência".
Então você conheceu um cara e, desde o início, sabia no que ia dar. Era atração, era um "je ne sais quoi" puramente físico. Você tinha consciência disso e, conscientemente, resolveu que era adulta suficiente para saber separar as coisas e lidar com esse tipo de relacionamento como só os adultos desprendidos fazem.
Acontece que até os adultos erram. E pior: Erram no julgamento de si mesmos. Às vezes os adultos pensam que podem voar, às vezes os adultos pensam que são super heróis e às vezes os adultos se acham adultos demais, sendo que, na maioria das vezes, ainda quem um quê de adolescente.
E é esse quê de adolescente que te fez se apaixonar por quem não devia. Quis transformar em personagem principal alguém que, desde o início, estava fadado (e determinado) a ser figurante. Pode ter sido a atenção despendida, pode ter sido sua carência, pode ter sido mil coisas, não importa. O fato é que, casos tais, as coisas acontecem involuntariamente. Se você pudesse, tenho certeza que jamais escolheria se apaixonar logo por ele. Entre tantos outros caras que você poderia se apaixonar -com sucesso, frise-se- precisava ser logo por ele?
Coração burro! Não dá para evitar, quando você percebe, já foi surpreendida com um sentimento que você nem entende, que vem de um lugar que você não sabe e que surge não sabe porquê.
Se serve de consolo, isso tudo não acontece exclusivamente com você. A maior parte do mundo já se apaixonou e não foi correspondido. É da natureza do ser humano querer atingir o topo do Everest sem ter habilidade para tanto.
Amiga, não se iluda. Se o Titanic está fadado a afundar, por quê continuar ali? Pula, sai dessa, cai fora. Mete o pé enquanto é tempo. É capaz de você se jogar numa água congelante, de você sentir dores pelo corpo, é capaz até de você se afogar. Mas não seja passiva. Não espere se afogar, pense em você. Pense que, fora do navio afundando, você vai ter uma chance maior de se salvar. Além do mais, vai que você pula fora e encontra alguém com um bote salva-vidas te esperando? ;)
É isso, amiga. Você sabia que não ia dar em nada, você julgou ser adulta e encarar um relacionamento assim, você se enganou quanto a si mesma, você se apaixonou. É difícil sair agora, mas é necessário. Abstrai o emocional e seja racional: É melhor sair agora do que quando você estiver amando loucamente.
Não é porque seu coração é burro e se apaixonou que você não é adulta. Você vai mostrar que é adulta quando mostrar ao mundo que sabe ABSTRAIR. Vai doer um pouquinho, como qualquer paixão platônica. Mas você já passou por isso quando adolescente e sabe que "isso também vai passar".
Vou esperar você me escrever, em breve, contando o desfecho disso tudo. Porque a história do Titanic eu já sei de cor. =)
Sua amiga,
Chris
Cá estou eu, novamente, respondendo uma de suas cartas. Não sou a pessoa mais indicada para dar conselhos, mesmo porque se conselhos fossem bons, eu faria leilão dos meus. Mas experiência eu tenho de sobra. Então, leia essa carta não como um conselho, mas como se estivesse falando com a "voz da experiência".
Então você conheceu um cara e, desde o início, sabia no que ia dar. Era atração, era um "je ne sais quoi" puramente físico. Você tinha consciência disso e, conscientemente, resolveu que era adulta suficiente para saber separar as coisas e lidar com esse tipo de relacionamento como só os adultos desprendidos fazem.
Acontece que até os adultos erram. E pior: Erram no julgamento de si mesmos. Às vezes os adultos pensam que podem voar, às vezes os adultos pensam que são super heróis e às vezes os adultos se acham adultos demais, sendo que, na maioria das vezes, ainda quem um quê de adolescente.
E é esse quê de adolescente que te fez se apaixonar por quem não devia. Quis transformar em personagem principal alguém que, desde o início, estava fadado (e determinado) a ser figurante. Pode ter sido a atenção despendida, pode ter sido sua carência, pode ter sido mil coisas, não importa. O fato é que, casos tais, as coisas acontecem involuntariamente. Se você pudesse, tenho certeza que jamais escolheria se apaixonar logo por ele. Entre tantos outros caras que você poderia se apaixonar -com sucesso, frise-se- precisava ser logo por ele?
Coração burro! Não dá para evitar, quando você percebe, já foi surpreendida com um sentimento que você nem entende, que vem de um lugar que você não sabe e que surge não sabe porquê.
Se serve de consolo, isso tudo não acontece exclusivamente com você. A maior parte do mundo já se apaixonou e não foi correspondido. É da natureza do ser humano querer atingir o topo do Everest sem ter habilidade para tanto.
Amiga, não se iluda. Se o Titanic está fadado a afundar, por quê continuar ali? Pula, sai dessa, cai fora. Mete o pé enquanto é tempo. É capaz de você se jogar numa água congelante, de você sentir dores pelo corpo, é capaz até de você se afogar. Mas não seja passiva. Não espere se afogar, pense em você. Pense que, fora do navio afundando, você vai ter uma chance maior de se salvar. Além do mais, vai que você pula fora e encontra alguém com um bote salva-vidas te esperando? ;)
É isso, amiga. Você sabia que não ia dar em nada, você julgou ser adulta e encarar um relacionamento assim, você se enganou quanto a si mesma, você se apaixonou. É difícil sair agora, mas é necessário. Abstrai o emocional e seja racional: É melhor sair agora do que quando você estiver amando loucamente.
Não é porque seu coração é burro e se apaixonou que você não é adulta. Você vai mostrar que é adulta quando mostrar ao mundo que sabe ABSTRAIR. Vai doer um pouquinho, como qualquer paixão platônica. Mas você já passou por isso quando adolescente e sabe que "isso também vai passar".
Vou esperar você me escrever, em breve, contando o desfecho disso tudo. Porque a história do Titanic eu já sei de cor. =)
Sua amiga,
Chris
domingo, julho 25, 2010
Justiça tarda e falha
Não sou aquele tipo de advogada que acha que Justiça é uma coisa divina, que deve ser batalhada com todos os esforços possíveis. Desde quando eu era estagiária, eu trabalhava na defesa de grandes empresas. E há 5 anos -ou seja, desde que me formei- advogo para grandes empresas, que muitas vezes fazem cagadas, deixam seus clientes irritados e são alvo de ações judiciais. Estando a empresa certa ou errada, lá estou eu, em sua defesa. Sim, eu gosto disso. Sempre gostei de defender o indefensável. Encontrar a brecha legal que permita elaborar uma defesa convincente para aquilo que meio mundo julga ser ilegal. Essa é minha vida.
Dito isto, quero que fique bem claro que não sou do tipo de advogado chato, que faz discursos sobre a persecução da Justiça e quão igualitária e imparcial ela deve ser.
Porém, assuntos recentes me fizeram ter vergonha da corja de juristas que temos por aqui. Por um acaso, os três casos que me enojaram tanto ocorreram aqui no Rio de Janeiro. Ei-los:
Caso 1:
A Juíza da Vara de Violência Doméstica que pegou o caso da denúncia da Eliza Samudio contra Bruno disse que não tratava-se de violência doméstica pois o relacionamento de ambos não tinha caráter familiar. Sequer julgou o caso.
Tem um artigo na Lei Maria da Penha (que agora eu não vou lembrar, afinal eu não sou criminalista), que diz que é caracterizada violência contra mulher qualquer ação que cause morte, lesão ou grave ameaça, seja no ambito doméstico, familiar ou em qualquer relação íntima de afeto.
A Juíza, neste caso, decidiu interpretar a Lei de um jeito mega benéfico ao Bruno e mandar a Eliza pro escambau. Ficou com medo de mandar vir à Juízo um cara famoso e criar um escândalo e se absteve de julgar. Deu no que deu.
Caso 2:
Um Juiz negou prisão preventiva aos PMs que receberam dinheiro para liberar o motorista que havia atropelado e matado Rafael, filho da Cissa Guimarães, alegando que os mesmos não conferem qualquer perigo à ordem pública.
Os caras viram o carro todo amassado. Qualquer imbecil teria visto que houve algum choque. Mesmo assim, os PMs cuidaram do motorista (em estado de choque), rebocaram o carro e pediram dinheiro para não constar a amplitude das avarias no veículo no boletim. Os safados violaram todo e qualquer código de conduta.
Mesmo assim, o Juiz ficou com medo da PM, ficou com medo das retaliações que poderiam vir a ocorrer. E justificou a negativa da prisão preventiva dizendo que os caras não oferecem perigo à ordem pública. O que o Magistrado não entende é que a "ordem pública" deveria partir deles. Mas eles aceitaram desprezá-la por R$ 10 mil.
Caso 3:
A Chacina de Acari completará amanhã 20 anos. Isso significa que tornar-se-á um crime prescrito. Suscintamente, o direito de ação judicial em razão daquele ato ilícito será extinto. Vejam bem: Onze (ONZE!) pessoas, entre elas sete (SETE!) menores de idade foram retirados de um sítio, chantageados e mortos e ninguém (NINGUÉM!) conseguiu encontrar os responsáveis por essa barbárie.
O problema todo não está aí. A prescrição está prevista na Lei. Se você ficou aí achando que é um absurdo este crime tornar-se prescrito, fique sabendo que a culpa também é sua. Não vejo sequer uma pressão popular sobre o Legislativo para promover mudanças no Código Penal. Então, nem vou entrar no cerne da questão da prescrição.
O problema, na minha humilde visão, foi a promotora responsável pelo caso vir à imprensa e divulgar que lamenta não ter encontrado solução para o caso. Disse que sem materialidade (provas, corpos, indícios), não há como resolver o caso. E fim de papo.
A Promotoria ficou com medo, pois a única testemunha do caso relatou que os assassinos teriam identificado-se como policiais. E não existe crime sem vestígios. O que jamais ocorreu foi a preocupação em buscá-los. Nunca houve uma perícia bem feita, nunca houve uma insvestigação profunda. O crime ficou escrito e não resolvido. Um nojo.
Acho que deixei bem clara minha posição e minhas razões para afirmar que tudo isso me dá náuseas. O texto ficou grande, mas eu precisava me posicionar. Já que as pessoas (incluindo, quem sabe, você mesmo) costumam ler isso no jornal todos os dias e somente balançar a cabeça, se lamentando, eu venho aqui e dou minha cara a tapa. Sou uma só e uma andorinha não faz verão. Mas, como diz a Teoria do Caos, "o leve bater de asas de uma borboleta poderia provocar um tufão do outro lado do mundo".
Quem sabe.
Dito isto, quero que fique bem claro que não sou do tipo de advogado chato, que faz discursos sobre a persecução da Justiça e quão igualitária e imparcial ela deve ser.
Porém, assuntos recentes me fizeram ter vergonha da corja de juristas que temos por aqui. Por um acaso, os três casos que me enojaram tanto ocorreram aqui no Rio de Janeiro. Ei-los:
Caso 1:
A Juíza da Vara de Violência Doméstica que pegou o caso da denúncia da Eliza Samudio contra Bruno disse que não tratava-se de violência doméstica pois o relacionamento de ambos não tinha caráter familiar. Sequer julgou o caso.
Tem um artigo na Lei Maria da Penha (que agora eu não vou lembrar, afinal eu não sou criminalista), que diz que é caracterizada violência contra mulher qualquer ação que cause morte, lesão ou grave ameaça, seja no ambito doméstico, familiar ou em qualquer relação íntima de afeto.
A Juíza, neste caso, decidiu interpretar a Lei de um jeito mega benéfico ao Bruno e mandar a Eliza pro escambau. Ficou com medo de mandar vir à Juízo um cara famoso e criar um escândalo e se absteve de julgar. Deu no que deu.
Caso 2:
Um Juiz negou prisão preventiva aos PMs que receberam dinheiro para liberar o motorista que havia atropelado e matado Rafael, filho da Cissa Guimarães, alegando que os mesmos não conferem qualquer perigo à ordem pública.
Os caras viram o carro todo amassado. Qualquer imbecil teria visto que houve algum choque. Mesmo assim, os PMs cuidaram do motorista (em estado de choque), rebocaram o carro e pediram dinheiro para não constar a amplitude das avarias no veículo no boletim. Os safados violaram todo e qualquer código de conduta.
Mesmo assim, o Juiz ficou com medo da PM, ficou com medo das retaliações que poderiam vir a ocorrer. E justificou a negativa da prisão preventiva dizendo que os caras não oferecem perigo à ordem pública. O que o Magistrado não entende é que a "ordem pública" deveria partir deles. Mas eles aceitaram desprezá-la por R$ 10 mil.
Caso 3:
A Chacina de Acari completará amanhã 20 anos. Isso significa que tornar-se-á um crime prescrito. Suscintamente, o direito de ação judicial em razão daquele ato ilícito será extinto. Vejam bem: Onze (ONZE!) pessoas, entre elas sete (SETE!) menores de idade foram retirados de um sítio, chantageados e mortos e ninguém (NINGUÉM!) conseguiu encontrar os responsáveis por essa barbárie.
O problema todo não está aí. A prescrição está prevista na Lei. Se você ficou aí achando que é um absurdo este crime tornar-se prescrito, fique sabendo que a culpa também é sua. Não vejo sequer uma pressão popular sobre o Legislativo para promover mudanças no Código Penal. Então, nem vou entrar no cerne da questão da prescrição.
O problema, na minha humilde visão, foi a promotora responsável pelo caso vir à imprensa e divulgar que lamenta não ter encontrado solução para o caso. Disse que sem materialidade (provas, corpos, indícios), não há como resolver o caso. E fim de papo.
A Promotoria ficou com medo, pois a única testemunha do caso relatou que os assassinos teriam identificado-se como policiais. E não existe crime sem vestígios. O que jamais ocorreu foi a preocupação em buscá-los. Nunca houve uma perícia bem feita, nunca houve uma insvestigação profunda. O crime ficou escrito e não resolvido. Um nojo.
Acho que deixei bem clara minha posição e minhas razões para afirmar que tudo isso me dá náuseas. O texto ficou grande, mas eu precisava me posicionar. Já que as pessoas (incluindo, quem sabe, você mesmo) costumam ler isso no jornal todos os dias e somente balançar a cabeça, se lamentando, eu venho aqui e dou minha cara a tapa. Sou uma só e uma andorinha não faz verão. Mas, como diz a Teoria do Caos, "o leve bater de asas de uma borboleta poderia provocar um tufão do outro lado do mundo".
Quem sabe.
domingo, julho 11, 2010
Considerações da final da Copa
As considerações feitas através do Twitter [http://twitter.com/chrismilk]:
@chrismilk: A melhor frase da Copa, até agora, foi a do Casagrande, dizendo que os jogadores precisam jogar com sobriedade.
@chrismilk: Santa merda, Robben!
@chrismilk: Esse jogo tá mais pra Mortal Kombat do que Winning Eleven. #FinishHim
@chrismilk: Esse é o jogo Holanda x Espanha? E eu aqui achando que tava assistindo o Premiere Combate.
@chrismilk: Eu queria mesmo era ver o Vanucci comentando a final da Copa.
@chrismilk: Galvão: "Pode ter peso decisivo". Peso decisivo? Ninguém me avisou que Ronaldo tava jogando.
@chrismilk: Depois dessa final com Holanda, o que terá de bebê brasileiro batizado de Van Der Val, Van Der Ley, Van Der Son...
@chrismilk: Será que na prorrogação rola Fatality?
@chrismilk: 5 minutos de descanso para a Espanha. 5 minutos pra Holanda dar um 2.
@chrismilk: Holanda já tem prostitutas em vitrines e maconha legalizada. Se ganhar a Copa, será uma mega injustiça com o resto do mundo.
@chrismilk: Vou sentir saudade do "Ooooo Ooooo Ooooo" do comercial da Copa da Cola-Cola.
@chrismilk: A tendência da Copa é árbitro trabalhado no estilo Vin Diesel.
@chrismilk: Minha mãe aqui do lado: "Já perdi a Copa, se fosse eu dava um botadão na cara desse juiz". #talmãetalfilha
@chrismilk: A única característica visível do "carrossel holandês" foram os coices dos cavalos.
@chrismilk: Botafogo, Vasco e Holanda: Tri-vice, a gente se vê por aqui.
@chrismilk: Já tá na hora da espanhola?
@chrismilk: Polvo Paul promete trazer a pessoa amada em 3 dias.
=)
@chrismilk: A melhor frase da Copa, até agora, foi a do Casagrande, dizendo que os jogadores precisam jogar com sobriedade.
@chrismilk: Santa merda, Robben!
@chrismilk: Esse jogo tá mais pra Mortal Kombat do que Winning Eleven. #FinishHim
@chrismilk: Esse é o jogo Holanda x Espanha? E eu aqui achando que tava assistindo o Premiere Combate.
@chrismilk: Eu queria mesmo era ver o Vanucci comentando a final da Copa.
@chrismilk: Galvão: "Pode ter peso decisivo". Peso decisivo? Ninguém me avisou que Ronaldo tava jogando.
@chrismilk: Depois dessa final com Holanda, o que terá de bebê brasileiro batizado de Van Der Val, Van Der Ley, Van Der Son...
@chrismilk: Será que na prorrogação rola Fatality?
@chrismilk: 5 minutos de descanso para a Espanha. 5 minutos pra Holanda dar um 2.
@chrismilk: Holanda já tem prostitutas em vitrines e maconha legalizada. Se ganhar a Copa, será uma mega injustiça com o resto do mundo.
@chrismilk: Vou sentir saudade do "Ooooo Ooooo Ooooo" do comercial da Copa da Cola-Cola.
@chrismilk: A tendência da Copa é árbitro trabalhado no estilo Vin Diesel.
@chrismilk: Minha mãe aqui do lado: "Já perdi a Copa, se fosse eu dava um botadão na cara desse juiz". #talmãetalfilha
@chrismilk: A única característica visível do "carrossel holandês" foram os coices dos cavalos.
@chrismilk: Botafogo, Vasco e Holanda: Tri-vice, a gente se vê por aqui.
@chrismilk: Já tá na hora da espanhola?
@chrismilk: Polvo Paul promete trazer a pessoa amada em 3 dias.
=)
segunda-feira, junho 28, 2010
Breve consideração
O que me faz ver filmes românticos na atual conjuntura da situação?
Só pode ser sinal de mega-hiper-ultra tendência de auto-flagelação.
Fim de papo.
Só pode ser sinal de mega-hiper-ultra tendência de auto-flagelação.
Fim de papo.
domingo, junho 20, 2010
Carta nº 3
Querida amiga,
Resolvi novamente escrever para responder suas indagações. Ou (ao menos) tentar responder. Você não acha que a gente seria muito mais feliz se indagássemos menos? Eu acho que sim. Mas acontece que somos movidas à razões. Acho que, por mais que tentássemos, acharíamos impossível viver no Zeca Pagodinho way of life do "deixa a vida me levar". A gente não deixa. A gente quer saber pra onde a vida vai levar, como a vida vai nos levar e -principalmente- porquê.
E que você está entre o certo, o incerto e o não-certo. Só que, ao invés de usar toda a inteligÊncia emocional (que você gostaria de ter), você chega à fatíica conclusão de que o certo é o que menos te agrada. O certo é coerente demais. O certo veio fácil demais. O certo quer que agradar demais. O certo é insuportavelmente certo demais.
Aí você olha para o incerto, que só é incerto porque você ainda acreditar que, quem sabe, ele possa vir a ser certo. Ai, amiga, desiste: O incerto não será certo. O incerto está fadado a ser um ponto de interrogação na sua vida. Um eterno je ne sais quoi. O incerto é surpreendente, justamente por ser incerto: Ele aparece quando você menos espera e some exatamente quando você espera que fique. O incerto é como aquele dinheiro extra na conta bancária: Quando está lá, muito bem, tudo ótimo, tudo lindo. Mas vai ficar sem para ver se você não fica toda enrolada, toda confusa. Pois é. Às vezes é melhor ficar sem um rendimento extra do que se acomodar com uma situação que não tem futuro.
Mas pior mesmo é o não-certo. O não-certo (também conhecido como "errado" ou "passa longe"). Esse é simplesmente aquele que você sabe que não deve sequer virar estatística, mas que a gente insiste pelo simples fato de, quem sabe, conseguir fazer do não-certo de hoje o incerto de amanhã e o certo do mês que vem. O não-certo é o cigarro que você fuma escondida aos 15 anos, sabe que está fazendo besteira, mas continua e -tchanan!- de repente se vê viciada. Largar o não-certo é um trabalho psicológico árduo, minha amiga.
Viu como tudo seria mais fácil se deixássemos as coisas fluírem naturalmente? Mas não, minha amiga: Já temos uma expectativa de rotular as coisas como certa, incerta ou não-certa. E, uma vez rotulado, a coisa desanda.
Como fazer as coisas darem certo? Não sei, amiga. Não sei como fazer a coisa andar, ao invés de desandar. Eu não tenho muita experiência nesse lance de "fazer as coisas darem certo". Não a longo prazo. Mas, amiga, de uma coisa eu sei: Só você pode saber, exatamente, o que te faz bem e o que não faz, o que te acrescenta e o que te diminui. Quem sabe, amiga, da próxima vez, você nao precise rotular: Simplesmente viver.
Esperarei novas (e positivas) cartas.
Christiane.
Resolvi novamente escrever para responder suas indagações. Ou (ao menos) tentar responder. Você não acha que a gente seria muito mais feliz se indagássemos menos? Eu acho que sim. Mas acontece que somos movidas à razões. Acho que, por mais que tentássemos, acharíamos impossível viver no Zeca Pagodinho way of life do "deixa a vida me levar". A gente não deixa. A gente quer saber pra onde a vida vai levar, como a vida vai nos levar e -principalmente- porquê.
E que você está entre o certo, o incerto e o não-certo. Só que, ao invés de usar toda a inteligÊncia emocional (que você gostaria de ter), você chega à fatíica conclusão de que o certo é o que menos te agrada. O certo é coerente demais. O certo veio fácil demais. O certo quer que agradar demais. O certo é insuportavelmente certo demais.
Aí você olha para o incerto, que só é incerto porque você ainda acreditar que, quem sabe, ele possa vir a ser certo. Ai, amiga, desiste: O incerto não será certo. O incerto está fadado a ser um ponto de interrogação na sua vida. Um eterno je ne sais quoi. O incerto é surpreendente, justamente por ser incerto: Ele aparece quando você menos espera e some exatamente quando você espera que fique. O incerto é como aquele dinheiro extra na conta bancária: Quando está lá, muito bem, tudo ótimo, tudo lindo. Mas vai ficar sem para ver se você não fica toda enrolada, toda confusa. Pois é. Às vezes é melhor ficar sem um rendimento extra do que se acomodar com uma situação que não tem futuro.
Mas pior mesmo é o não-certo. O não-certo (também conhecido como "errado" ou "passa longe"). Esse é simplesmente aquele que você sabe que não deve sequer virar estatística, mas que a gente insiste pelo simples fato de, quem sabe, conseguir fazer do não-certo de hoje o incerto de amanhã e o certo do mês que vem. O não-certo é o cigarro que você fuma escondida aos 15 anos, sabe que está fazendo besteira, mas continua e -tchanan!- de repente se vê viciada. Largar o não-certo é um trabalho psicológico árduo, minha amiga.
Viu como tudo seria mais fácil se deixássemos as coisas fluírem naturalmente? Mas não, minha amiga: Já temos uma expectativa de rotular as coisas como certa, incerta ou não-certa. E, uma vez rotulado, a coisa desanda.
Como fazer as coisas darem certo? Não sei, amiga. Não sei como fazer a coisa andar, ao invés de desandar. Eu não tenho muita experiência nesse lance de "fazer as coisas darem certo". Não a longo prazo. Mas, amiga, de uma coisa eu sei: Só você pode saber, exatamente, o que te faz bem e o que não faz, o que te acrescenta e o que te diminui. Quem sabe, amiga, da próxima vez, você nao precise rotular: Simplesmente viver.
Esperarei novas (e positivas) cartas.
Christiane.
segunda-feira, junho 14, 2010
Vuvuzela what?
domingo, maio 16, 2010
Carta nº 2
Amiga,
Reset. É isso, minha amiga. "Reset" é a solução dos seus problemas.
Você fez o que pôde. Você tentou, você insistiu. Mas não deu certo: Travou tudo, nada se move, a coisa não anda. A solução é dar "reset" e recomeçar do zero.
Eu sei que dói ter que apagar tanta coisa. Eu sei o quanto você se empenhou para fazer a coisa dar certo. Eu sei de todas as vezes que você chorou por ver que a coisa não dava certo, por mais que você se esforçasse para tanto. Eu sei que você passou por cima de seus princípios pessoais, unicamente para que aquilo desse certo. Eu sei que você falou a verdade todo esse tempo, que você se despiu de pudores, que você declarou abertamente suas angústias, seus receios, seus amores.
Mas não deu certo. Tudo o que você fez foi em vão. Todas as palavras que você disse, perderam o sentido. Todos os sentimentos que você expôs, não alcançaram o objetivo que você premeditava. Todas as lágrimas derramadas e todos os seus princípios pessoais, nada disso foi suficiente. E a coisa toda travou.
Demorou, mas enfim você percebeu que é necessário dar "reset". Perde-se muita coisa, mas sempre há a chance de fazer a coisa certa. Não digo que, dando "reset", tudo vai dar certo: Sempre há a possibilidade de acontecer alguma falha e travar tudo, mais uma vez. Mas, pelo menos, você já aprendeu que dar "reset" não dói, não causa rugas e nem dá câncer.
Recomece. É difícil, sim. É ainda mais difícil conceber a idéia de que aquilo tudo que vocÊ construiu, sozinha, não vale mais nada: É trabalho jogado fora. Mas não pense em tempo desperdiçado. Parece clichê, mas tudo serve de aprendizado. Ao menos, você pode dizer que teve coragem de dar "reset" e recomeçar.
E se for muito complicado começar uma nova história do zero, não comece. Deixe a poeira assentar. Na pior das hipóteses, você ganhará mais tempo e mais sabedoria para começar a escrever a próxima história. Mas na melhor das hipóteses, vai aparecer alguém super disposto a escrever essa história ao seu lado, à 4 mãos.
Torço por você.
Com carinho,
Chris.
Reset. É isso, minha amiga. "Reset" é a solução dos seus problemas.
Você fez o que pôde. Você tentou, você insistiu. Mas não deu certo: Travou tudo, nada se move, a coisa não anda. A solução é dar "reset" e recomeçar do zero.
Eu sei que dói ter que apagar tanta coisa. Eu sei o quanto você se empenhou para fazer a coisa dar certo. Eu sei de todas as vezes que você chorou por ver que a coisa não dava certo, por mais que você se esforçasse para tanto. Eu sei que você passou por cima de seus princípios pessoais, unicamente para que aquilo desse certo. Eu sei que você falou a verdade todo esse tempo, que você se despiu de pudores, que você declarou abertamente suas angústias, seus receios, seus amores.
Mas não deu certo. Tudo o que você fez foi em vão. Todas as palavras que você disse, perderam o sentido. Todos os sentimentos que você expôs, não alcançaram o objetivo que você premeditava. Todas as lágrimas derramadas e todos os seus princípios pessoais, nada disso foi suficiente. E a coisa toda travou.
Demorou, mas enfim você percebeu que é necessário dar "reset". Perde-se muita coisa, mas sempre há a chance de fazer a coisa certa. Não digo que, dando "reset", tudo vai dar certo: Sempre há a possibilidade de acontecer alguma falha e travar tudo, mais uma vez. Mas, pelo menos, você já aprendeu que dar "reset" não dói, não causa rugas e nem dá câncer.
Recomece. É difícil, sim. É ainda mais difícil conceber a idéia de que aquilo tudo que vocÊ construiu, sozinha, não vale mais nada: É trabalho jogado fora. Mas não pense em tempo desperdiçado. Parece clichê, mas tudo serve de aprendizado. Ao menos, você pode dizer que teve coragem de dar "reset" e recomeçar.
E se for muito complicado começar uma nova história do zero, não comece. Deixe a poeira assentar. Na pior das hipóteses, você ganhará mais tempo e mais sabedoria para começar a escrever a próxima história. Mas na melhor das hipóteses, vai aparecer alguém super disposto a escrever essa história ao seu lado, à 4 mãos.
Torço por você.
Com carinho,
Chris.
domingo, maio 02, 2010
Intolerância: Vamos falar.
Eu costumo encher esse blog de textos engraçados,principalmente porque minha vida é uma comédia. Mas eu preciso falar sério e preciso ser lida. Então, acho bom vocês lerem até o final, OK?
Acabei de assistir -pela enésima vez, frise-se- o DVD do filme "A Lista de Schindler". Apesar de filmes sobre o Holocausto nos deixarem quase sempre com aquela indagação de "como é que puderam fazer essa barbaridade?", dessa vez fiquei mais chocada -e explico o motivo.
Após assistir o filme, resolvi recorrer ao Santo Google e buscar por menções aos personagens-reais daquela história. De site em site, acabei em algum que falava sobre Amon Goeth, que vem a ser o comandante que matou mais de 7 mil judeus quando o campo de concentração sob seu comando foi fechado. Deixa eu ressaltar: 7 MIL PESSOAS.
Lendo sobre o infeliz -que foi executado meses após o término da II Guerra-, acabei indo parar no YouTube, pois li que a execução dele fora filmada. Ora, se foi mesmo filmada, óbvio que estaria no YouTube.
Realmente encontrei. Mas aí vem o motivo para eu estar escrevendo aqui: Encontrei também vários vídeos exaltando a bravura e a coragem desse cara. Esse cara que, conforme milhões de depoimentos de sobreviventes, acordava diariamente e executava um judeu com um tiro, da sacada de sua casa, também no tal campo. O cara que matou um rapaz por não conseguir tirar manchas de sua banheira. O cara que espancou barbaramente uma menininha por ela não haver passado sua camisa do jeito que ele gostasse.
Não que seja uma mega surpresa encontrar adorações a personagens nazistas, afinal, os skinheads estão aqui para lembrar-nos, sempre, que intolerância é daquelas heranças que não terminaram com a Guerra. Mas quando a gente se depara tão frente-a-frente a isso, dá uma sensação de impotência. De terror.
Na minha ignorância, eu não consigo conceber como as pessoas ainda encontram limites ao convívio. Eu, na minha absoluta burrice, não entendo o que me faz tão melhor de alguém que seja negro, azul, vermelho ou roxo de bolinhas amarelas. Eu não sei o que tanto me distancia daquele que crê em Deus, daquele que não crê em Deus e daquele que crê que Elvis não morreu. O que me faz tão diferente daqueles que são diferentes de mim, a ponto de criar limites e justificar violência contra tais.
Eu acredito que, quando as pessoas passarem a tolerar as diferenças e superá-las, tudo seria mais fácil. O lance não é aceitar as diferenças e cada um pro seu lado: É aceitar as diferenças, aprender com elas, fazer a sua opção e respeitar a opção alheia.
Afinal, eu acredito que, mesmo que se tenha "bigodes de foca e nariz de tamanduá", a gente deve respeitar e conviver. Afinal, existe muita coisa além dos bigodes de foca, do nariz de tamanduá. E vai ver que debaixo de tudo isso, é capaz de se encontrar um grande amigo.
Fica a dica.
Acabei de assistir -pela enésima vez, frise-se- o DVD do filme "A Lista de Schindler". Apesar de filmes sobre o Holocausto nos deixarem quase sempre com aquela indagação de "como é que puderam fazer essa barbaridade?", dessa vez fiquei mais chocada -e explico o motivo.
Após assistir o filme, resolvi recorrer ao Santo Google e buscar por menções aos personagens-reais daquela história. De site em site, acabei em algum que falava sobre Amon Goeth, que vem a ser o comandante que matou mais de 7 mil judeus quando o campo de concentração sob seu comando foi fechado. Deixa eu ressaltar: 7 MIL PESSOAS.
Lendo sobre o infeliz -que foi executado meses após o término da II Guerra-, acabei indo parar no YouTube, pois li que a execução dele fora filmada. Ora, se foi mesmo filmada, óbvio que estaria no YouTube.
Realmente encontrei. Mas aí vem o motivo para eu estar escrevendo aqui: Encontrei também vários vídeos exaltando a bravura e a coragem desse cara. Esse cara que, conforme milhões de depoimentos de sobreviventes, acordava diariamente e executava um judeu com um tiro, da sacada de sua casa, também no tal campo. O cara que matou um rapaz por não conseguir tirar manchas de sua banheira. O cara que espancou barbaramente uma menininha por ela não haver passado sua camisa do jeito que ele gostasse.
Não que seja uma mega surpresa encontrar adorações a personagens nazistas, afinal, os skinheads estão aqui para lembrar-nos, sempre, que intolerância é daquelas heranças que não terminaram com a Guerra. Mas quando a gente se depara tão frente-a-frente a isso, dá uma sensação de impotência. De terror.
Na minha ignorância, eu não consigo conceber como as pessoas ainda encontram limites ao convívio. Eu, na minha absoluta burrice, não entendo o que me faz tão melhor de alguém que seja negro, azul, vermelho ou roxo de bolinhas amarelas. Eu não sei o que tanto me distancia daquele que crê em Deus, daquele que não crê em Deus e daquele que crê que Elvis não morreu. O que me faz tão diferente daqueles que são diferentes de mim, a ponto de criar limites e justificar violência contra tais.
Eu acredito que, quando as pessoas passarem a tolerar as diferenças e superá-las, tudo seria mais fácil. O lance não é aceitar as diferenças e cada um pro seu lado: É aceitar as diferenças, aprender com elas, fazer a sua opção e respeitar a opção alheia.
Afinal, eu acredito que, mesmo que se tenha "bigodes de foca e nariz de tamanduá", a gente deve respeitar e conviver. Afinal, existe muita coisa além dos bigodes de foca, do nariz de tamanduá. E vai ver que debaixo de tudo isso, é capaz de se encontrar um grande amigo.
Fica a dica.
segunda-feira, abril 12, 2010
EDITAL DE LICITAÇÃO
Christiane Leite, também conhecida como Chris Milk, micro-empresa de capital extra-limitado, situada no endereço http://twitter.com/chrismilk, através de sua COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO, realizará, em sede de sessão pública, LICITAÇÃO PARA ABERTURA DE CARGO DE NAMORADO, a ser realizado até 11 de junho de 2010.
1. MODALIDADE: Concorrência
2. TIPO: Melhor Oferta
3. OBJETO: Constitui objeto da presente licitação a convocação de interessados no cargo de Namorado da Licitante. A habilitação deverá ser feita pessoalmente ou por qualquer meio de comunicação direta à Licitante.
4. CRITÉRIO DE ACEITABILIDADE DA OFERTA: Serão considerados diminutos, acarretando a desclassificação da proposta, as ofertas de “uma noite e nada mais”, bem como aqueles que não se propuserem a acompanhar a Licitante no chopp pós-expediente ou na sessão de DVD com pipoca em casa num sábado chuvoso.
5. CRITÉRIO DE JULGAMENTO: As propostas apresentadas de acordo com as especificações e exigências deste edital serão classificadas na ordem crescente de melhores ofertas e melhor adequação aos interesses. Será considerado vencedor o licitante que apresentar o conjunto de melhor proposta + melhor adequação, respeitado o critério de aceitabilidade das propostas.
Em caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no parágrafo 2º do art. 3º da Lei 8666/93, a classificação se fará por sorteio no estilo “mamãe mandou eu escolher este daqui”, com comunicação aos licitantes diretamente interessados.
6. CONDIÇÕES PARTICULARES DA LICITAÇÃO: Além das Condições Gerais da Licitação constantes neste Edital, ficam estabelecidas as seguintes condições particulares para o presente processo licitatório:
(A) Comprovação de capital social mínimo para uma boa sustentabilidade do casal;
(B) Currículum do(s) interessado(s), com pretensão e carta de referência de possíveis ex-namoradas, sendo certo que a quantidade de ex-namoradas influenciará diretamente no critério de julgamento.
7. DA RESPONSABILIDADE: A proposta vencedora, ao contratar o objeto definido neste edital, assumirá os riscos integrais pela boa execução e funcionamento do cargo pretendido. O prazo de garantia por vícios ou defeitos ocultos será de acordo com o Art. 618 do Código Civil Brasileiro. Qualquer alteração do projeto que porventura se faça necessária durante a execução do cargo, somente poderá ser efetuada com a expressa anuência da Licitante.
8. DAS CONDIÇÕES ESPECIAIS: A execução do objeto deste edital deverá atender à condições especiais a serem deliberadas a posteriori pela Licitante.
Rio de Janeiro, 12 de abril de 2010.
Christiane Leite.
1. MODALIDADE: Concorrência
2. TIPO: Melhor Oferta
3. OBJETO: Constitui objeto da presente licitação a convocação de interessados no cargo de Namorado da Licitante. A habilitação deverá ser feita pessoalmente ou por qualquer meio de comunicação direta à Licitante.
4. CRITÉRIO DE ACEITABILIDADE DA OFERTA: Serão considerados diminutos, acarretando a desclassificação da proposta, as ofertas de “uma noite e nada mais”, bem como aqueles que não se propuserem a acompanhar a Licitante no chopp pós-expediente ou na sessão de DVD com pipoca em casa num sábado chuvoso.
5. CRITÉRIO DE JULGAMENTO: As propostas apresentadas de acordo com as especificações e exigências deste edital serão classificadas na ordem crescente de melhores ofertas e melhor adequação aos interesses. Será considerado vencedor o licitante que apresentar o conjunto de melhor proposta + melhor adequação, respeitado o critério de aceitabilidade das propostas.
Em caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no parágrafo 2º do art. 3º da Lei 8666/93, a classificação se fará por sorteio no estilo “mamãe mandou eu escolher este daqui”, com comunicação aos licitantes diretamente interessados.
6. CONDIÇÕES PARTICULARES DA LICITAÇÃO: Além das Condições Gerais da Licitação constantes neste Edital, ficam estabelecidas as seguintes condições particulares para o presente processo licitatório:
(A) Comprovação de capital social mínimo para uma boa sustentabilidade do casal;
(B) Currículum do(s) interessado(s), com pretensão e carta de referência de possíveis ex-namoradas, sendo certo que a quantidade de ex-namoradas influenciará diretamente no critério de julgamento.
7. DA RESPONSABILIDADE: A proposta vencedora, ao contratar o objeto definido neste edital, assumirá os riscos integrais pela boa execução e funcionamento do cargo pretendido. O prazo de garantia por vícios ou defeitos ocultos será de acordo com o Art. 618 do Código Civil Brasileiro. Qualquer alteração do projeto que porventura se faça necessária durante a execução do cargo, somente poderá ser efetuada com a expressa anuência da Licitante.
8. DAS CONDIÇÕES ESPECIAIS: A execução do objeto deste edital deverá atender à condições especiais a serem deliberadas a posteriori pela Licitante.
Rio de Janeiro, 12 de abril de 2010.
Christiane Leite.
sábado, abril 10, 2010
Molhadinha
Segunda-feira: Caos no Rio.
Era fim de tade quando uma chuva "normal" começou a cair. E eu, no escitório, linda e bela no meu terninho, trabalhando. Logo a chuva passou pro estágio "anormal" de ser: Um mundaréu de água caindo. Ninguém saiu do escritório, esperando a chuva cessar (afinal, nós, caiocas, estamos acostumados a esses "tempoais de verão o ano todo" que começam tão de repente quanto terminam). Mas, dessa vez, não terminou.
Aos poucos, o povo começou a meter o pé do escritório. Eu, que normalmente saio do escritório umas 22 horas, fui ficando, ficando, esperando a chuva diminuir (pelo menos isso). Às 21:00, ao ver que continuava a mesma coisa e que a tendência era piorar, resolvi ir embora.
Fui à Av. Presidente Vargas pegar meu ônibus. Medo: Nenhum movimento no trânsito sentido Zona Norte. Não é exagero, nenhum movimento MESMO. Nem aquela movimentação fajuta de "uma aceleradinha", necas. Os motoristas saiam dos veículos e ficavam conversando, olhando pra fila de carros à frente. E a chuva caindo.
Aí eu vi que a pista sentido Zona Sul tava fluindo bem. Pensei: "Beleza, atravesso, pego o mesmo ônibus chegando ao Centro e fico nele até ele dar a volta pra ir sentido Zona Norte". Fiquei esperando meia hora e o ônibus chegou. Como peguei ele vindo para o Centro, tava vazio. Consegui até ir sentada! E ei uma baita sorte: Uma senhora que também estava esperando o ônibus disse estar esperando desde 19:30!
Logo vi que a idéia de pegar o ônibus no sentido contrário e dar a volta com ele não fora só minha. O ônibus logo fiou lotado. Abarrotado. Sardinha em lata lifestyle. O povo falando que esperava o ônibus há 2 horas. E a chuva, incessante.
Quando o ônibus deu a volta, já retornando do Centro para a Zona Norte, se deparou com o cenário terrível: As ruas cheias, mas muito cheias. Na Lapa, a altura da água atingia o joelho dos pedestres. Os carros não passavam, com medo de enguiçarem naquela água toda. Mas também não abriam espaço pro ônibus passar. Ou seja, parou tudo.
Dormi e acordei no ônibus várias vezes. Estava sempre em contato com minha mãe, em casa e com minha melhor amiga, também em um outro ônibus desde 19:30 da noite. Resolvi não postar no Twitter o que se passava com medo de acabar a bateria do rádio.
Fato é que fiquei no ônibus inacreditáveis 3 horas. Cheguei em casa, eram 03:30 da manhã. Água na rua batendo nas minhas canelas e eu toda trabalhada no salto fino. Um horror. Mas, ainda assim, me dei melhor que minha amiga, que chegou em casa somente 04:30 da manhã. Teve um outro advogado do escritório que trabalho que chegou às 6:00 da manhã. Punk.
Pra piorar, no dia seguinte eu tinha uma audiência às 10:00 no Fórum Central. Pensei "Se ontem demorei tanto tempo pra chegar, vale eu sair de casa mega cedo para não me atrasar pra audiência". Deixei o notebook ligado, atualizando direto o site do Tribunal de Justiça. Necas de notícia sobre redesignação das audiências. Pronto, lá ia eu ter que ir de bote. Eu sempre me ferro mesmo.
Por um milagre, eu já estava pronta pra sair, de terninho e botas, quando o Jurídico de uma das empresas que represento mandou um torpedo avisando que não haveria expediente no Tribunal. Pouco tempo depois, o escritório me ligou avisando que o expediente havia sido suspenso. Dei graças a Deus e dormi. =)
Ontem recebi a notícia que terei de ir domingo para Sngra dos Reis, para fazer uma audiência segunda-feira às 9:00 da manhã. Pela atual conjuntura da situação, acho digno que rezem por mim, porque parece que a Rio-Santos está um caos de barrancos e desmoronamentos. Conforme for, terça-feira eu dou notícias.
Beijomeseca. =***
Era fim de tade quando uma chuva "normal" começou a cair. E eu, no escitório, linda e bela no meu terninho, trabalhando. Logo a chuva passou pro estágio "anormal" de ser: Um mundaréu de água caindo. Ninguém saiu do escritório, esperando a chuva cessar (afinal, nós, caiocas, estamos acostumados a esses "tempoais de verão o ano todo" que começam tão de repente quanto terminam). Mas, dessa vez, não terminou.
Aos poucos, o povo começou a meter o pé do escritório. Eu, que normalmente saio do escritório umas 22 horas, fui ficando, ficando, esperando a chuva diminuir (pelo menos isso). Às 21:00, ao ver que continuava a mesma coisa e que a tendência era piorar, resolvi ir embora.
Fui à Av. Presidente Vargas pegar meu ônibus. Medo: Nenhum movimento no trânsito sentido Zona Norte. Não é exagero, nenhum movimento MESMO. Nem aquela movimentação fajuta de "uma aceleradinha", necas. Os motoristas saiam dos veículos e ficavam conversando, olhando pra fila de carros à frente. E a chuva caindo.
Aí eu vi que a pista sentido Zona Sul tava fluindo bem. Pensei: "Beleza, atravesso, pego o mesmo ônibus chegando ao Centro e fico nele até ele dar a volta pra ir sentido Zona Norte". Fiquei esperando meia hora e o ônibus chegou. Como peguei ele vindo para o Centro, tava vazio. Consegui até ir sentada! E ei uma baita sorte: Uma senhora que também estava esperando o ônibus disse estar esperando desde 19:30!
Logo vi que a idéia de pegar o ônibus no sentido contrário e dar a volta com ele não fora só minha. O ônibus logo fiou lotado. Abarrotado. Sardinha em lata lifestyle. O povo falando que esperava o ônibus há 2 horas. E a chuva, incessante.
Quando o ônibus deu a volta, já retornando do Centro para a Zona Norte, se deparou com o cenário terrível: As ruas cheias, mas muito cheias. Na Lapa, a altura da água atingia o joelho dos pedestres. Os carros não passavam, com medo de enguiçarem naquela água toda. Mas também não abriam espaço pro ônibus passar. Ou seja, parou tudo.
Dormi e acordei no ônibus várias vezes. Estava sempre em contato com minha mãe, em casa e com minha melhor amiga, também em um outro ônibus desde 19:30 da noite. Resolvi não postar no Twitter o que se passava com medo de acabar a bateria do rádio.
Fato é que fiquei no ônibus inacreditáveis 3 horas. Cheguei em casa, eram 03:30 da manhã. Água na rua batendo nas minhas canelas e eu toda trabalhada no salto fino. Um horror. Mas, ainda assim, me dei melhor que minha amiga, que chegou em casa somente 04:30 da manhã. Teve um outro advogado do escritório que trabalho que chegou às 6:00 da manhã. Punk.
Pra piorar, no dia seguinte eu tinha uma audiência às 10:00 no Fórum Central. Pensei "Se ontem demorei tanto tempo pra chegar, vale eu sair de casa mega cedo para não me atrasar pra audiência". Deixei o notebook ligado, atualizando direto o site do Tribunal de Justiça. Necas de notícia sobre redesignação das audiências. Pronto, lá ia eu ter que ir de bote. Eu sempre me ferro mesmo.
Por um milagre, eu já estava pronta pra sair, de terninho e botas, quando o Jurídico de uma das empresas que represento mandou um torpedo avisando que não haveria expediente no Tribunal. Pouco tempo depois, o escritório me ligou avisando que o expediente havia sido suspenso. Dei graças a Deus e dormi. =)
Ontem recebi a notícia que terei de ir domingo para Sngra dos Reis, para fazer uma audiência segunda-feira às 9:00 da manhã. Pela atual conjuntura da situação, acho digno que rezem por mim, porque parece que a Rio-Santos está um caos de barrancos e desmoronamentos. Conforme for, terça-feira eu dou notícias.
Beijomeseca. =***
sábado, abril 03, 2010
domingo, março 28, 2010
O poema da maçã.
Eu já achei que tudo é poesia. Drummond escreveu que "há uma pedra no meio no caminho", provando que até pedra é poesia.
Argumentando isso, há muito tempo atrás, amigos meus desafiaram-me a escrever um poema sobre algo que, aparentemente, não tinha nada de poético: Maçã. Logo eu, que ODEIO maçã.
Encontrei o "poema da maçã" perdido aqui. Ele me lembra uma época divina. Inclusive porque, naquela época, eu ainda conseguia ver poesia em tudo.
É isso.
=)
Argumentando isso, há muito tempo atrás, amigos meus desafiaram-me a escrever um poema sobre algo que, aparentemente, não tinha nada de poético: Maçã. Logo eu, que ODEIO maçã.
Encontrei o "poema da maçã" perdido aqui. Ele me lembra uma época divina. Inclusive porque, naquela época, eu ainda conseguia ver poesia em tudo.
"Considerações sobre um tema único (inútil e concreto)
Ah, esse fruto do pecado
Para mim, és fruto proibido com todo prazer
Antes eu não tivesse experimentado
Mas se assim fosse, não teria o q escrever
Insípida fruta, tão sem-graça
De um vermelho-vivo tão atraente
Foste de Adão e Eva a desgraça
Enojam-me os vermes que comem tua semente!
Se fosse mesmo tão gostosa
Não seria pivô do pecado original
Nem imagem de coisa pecaminosa
Para mim, degustar-lhe é sacal
Nunca te achei mesmo saborosa,
Maçã, sua fruta sem sal!"
É isso.
=)
domingo, março 14, 2010
A pedra.
Eu vivo dizendo isso, mas repetirei: Se esse lance de reencarnação realmente existir, na próxima vida eu quero vir pedra. Não, não é brincadeira. É impressionante como as pessoas geralmente acham que eu estou brincando exatamente quando estou falando mais sério. Eu quero ser uma pedra na próxima vida.
Pedras podem ser esmagadas, quebradas, arremessadas e não sentirão dor, não terão cicatrizes, não sairão machucadas. Nem traumatizadas elas ficam. Elas continuam sendo pedras.
Pedras não trabalham aos finais de semana. Na verdade, pedras não trabalham. As pedras são pedras, ficam o tempo todo paradonas, vivendo sua vida de pedra na maior tranquilidade.
Pedras não tem ex-namorado que, não obstante ter tido um relacionamento bacana de "amizade" pós-término e sem motivo aparente, resolve que "não quer mais vínculo nenhum". Pedra não tem que ficar pensando no motivo para o surto do ex simplesmente porque pedra não tem ex.
Aliás, eu já parto da premissa de ter uma característica da pedra: A pedra é assexuada e eu estou me tornando tão assexuada quanto ela. Pedra não se reproduz, pedra não se preocupa de parecer promiscua, pedra não tem aquela vontade irascível de sexo: Pedra simplesmente não liga pra ser assexuada.
Pedra não precisa tomar decisões. Não precisa refletir sobre qual caminho tomar e sobre as consequências dos seus atos. Pedras não fazem escolhas, pedras não perdem noite de sono pensando no que fazer. Pedras não se preocupam consigo nem com outras pedras, simplesmente porque não se preocupam com nada.
Pedras não sentem calor, não têm rinite alérgica, não se preocupam em perder peso, não têm contas a pagar, não ficam doentes, não precisam fazer social, não ligam para dinheiro, não ficam menstruadas. A situação financeira, os escândalos políticos, o desenvolvimento mundial e nem o Big Brother Brasil afetam a vida da pedra.
Pedras estão no meio do caminho, no meio do caminho estão as pedras. Se elas estão no meio do caminho, já estão melhores do que eu, que estou no início sem saber o que fazer.
Ah, como eu queria ser uma pedra...
Pedras podem ser esmagadas, quebradas, arremessadas e não sentirão dor, não terão cicatrizes, não sairão machucadas. Nem traumatizadas elas ficam. Elas continuam sendo pedras.
Pedras não trabalham aos finais de semana. Na verdade, pedras não trabalham. As pedras são pedras, ficam o tempo todo paradonas, vivendo sua vida de pedra na maior tranquilidade.
Pedras não tem ex-namorado que, não obstante ter tido um relacionamento bacana de "amizade" pós-término e sem motivo aparente, resolve que "não quer mais vínculo nenhum". Pedra não tem que ficar pensando no motivo para o surto do ex simplesmente porque pedra não tem ex.
Aliás, eu já parto da premissa de ter uma característica da pedra: A pedra é assexuada e eu estou me tornando tão assexuada quanto ela. Pedra não se reproduz, pedra não se preocupa de parecer promiscua, pedra não tem aquela vontade irascível de sexo: Pedra simplesmente não liga pra ser assexuada.
Pedra não precisa tomar decisões. Não precisa refletir sobre qual caminho tomar e sobre as consequências dos seus atos. Pedras não fazem escolhas, pedras não perdem noite de sono pensando no que fazer. Pedras não se preocupam consigo nem com outras pedras, simplesmente porque não se preocupam com nada.
Pedras não sentem calor, não têm rinite alérgica, não se preocupam em perder peso, não têm contas a pagar, não ficam doentes, não precisam fazer social, não ligam para dinheiro, não ficam menstruadas. A situação financeira, os escândalos políticos, o desenvolvimento mundial e nem o Big Brother Brasil afetam a vida da pedra.
Pedras estão no meio do caminho, no meio do caminho estão as pedras. Se elas estão no meio do caminho, já estão melhores do que eu, que estou no início sem saber o que fazer.
Ah, como eu queria ser uma pedra...
quinta-feira, março 11, 2010
Errar é humano
É impressionante o bem que me faz escrever. Mais do que falar. Sempre fui ótima com palavras escritas. Parece que sinto uma pedra rolando das minhas costas para o chão. E tudo fica mais leve.
Então, gente. Exceto por uns sinaizinhos de gripe que me acometem nesse exato momento e por muito cansaço (diretamente proporcional a quantidade de trabalho que ando tendo), estou bem, obrigada. =)
Senti-me também muito aliviada por ter pedido desculpas a alguém que acreditei ter magoado. Às vezes sou grosseira, pareço um caminhão passando e esmagando o que estiver pela frente, Outras vezes, pareço fria como uma estátua de mármore. Sou impulsiva, precipitada, e muitas vezes falo mais do que devia. E muito mais do que eu queria. Na maioria das vezes, acabo atropelando alguém com palavras.
É impressionante o poder da palavra. Hitler dizia "dividir para conquistar". O poder que a palavra tem de desagregar é absurdo. Penso que todos deveriam ter muito cuidado com as palavras que exprimem. Mas sabe aquilo de "faça o que eu digo, não faça o que eu faço"? Pois é. Eu digo que as pessoas tem que cuidar das palavras que proferem, mas eu mesma sou aquela que vou falando, falando e quando percebo, falei o que não devia.
Mas creio que pior do que errar, é errar e não conseguir vislumbrar o erro cometido. É apontar que 2 + 2 são 5 e não conseguir enxergar que a coisa tá errada. É falar coisas que não deviam ser ditas (e que não são plenamente verdadeiras) e não admitir que tudo o que se falou tava errado.
As palavras têm poder, de fato. Porém, muito mais poder tem uma única palavra: "Perdão". Não que vá mudar toda a história: Se você agiu errado e tem consciência disso, é preciso ter consciência de que é necessário arcar com as consequências da atitude. Contudo, você pedir perdão é você criar um ambiente de paz consigo mesmo. E se você for perdoado, nunca mais erre com aquela pessoa, afinal, como dizem por aí, "errar é humano, perdoar é divino".
É isso. Vamo que vamo, porque eu não tenho tempo pra alimentar lástimas por aqui, não. Minha alma carece de paz, felicidade e uma boa dose de "se mancol". =)
Carpe Diem^^
Então, gente. Exceto por uns sinaizinhos de gripe que me acometem nesse exato momento e por muito cansaço (diretamente proporcional a quantidade de trabalho que ando tendo), estou bem, obrigada. =)
Senti-me também muito aliviada por ter pedido desculpas a alguém que acreditei ter magoado. Às vezes sou grosseira, pareço um caminhão passando e esmagando o que estiver pela frente, Outras vezes, pareço fria como uma estátua de mármore. Sou impulsiva, precipitada, e muitas vezes falo mais do que devia. E muito mais do que eu queria. Na maioria das vezes, acabo atropelando alguém com palavras.
É impressionante o poder da palavra. Hitler dizia "dividir para conquistar". O poder que a palavra tem de desagregar é absurdo. Penso que todos deveriam ter muito cuidado com as palavras que exprimem. Mas sabe aquilo de "faça o que eu digo, não faça o que eu faço"? Pois é. Eu digo que as pessoas tem que cuidar das palavras que proferem, mas eu mesma sou aquela que vou falando, falando e quando percebo, falei o que não devia.
Mas creio que pior do que errar, é errar e não conseguir vislumbrar o erro cometido. É apontar que 2 + 2 são 5 e não conseguir enxergar que a coisa tá errada. É falar coisas que não deviam ser ditas (e que não são plenamente verdadeiras) e não admitir que tudo o que se falou tava errado.
As palavras têm poder, de fato. Porém, muito mais poder tem uma única palavra: "Perdão". Não que vá mudar toda a história: Se você agiu errado e tem consciência disso, é preciso ter consciência de que é necessário arcar com as consequências da atitude. Contudo, você pedir perdão é você criar um ambiente de paz consigo mesmo. E se você for perdoado, nunca mais erre com aquela pessoa, afinal, como dizem por aí, "errar é humano, perdoar é divino".
É isso. Vamo que vamo, porque eu não tenho tempo pra alimentar lástimas por aqui, não. Minha alma carece de paz, felicidade e uma boa dose de "se mancol". =)
Carpe Diem^^
domingo, março 07, 2010
Nua e crua.
Tem verdades que a gente não assume. Seja por vergonha, seja pra não demonstrar fraqueza, seja porque caiu no esquecimento, seja por não ser uma verdade tão absoluta... O fato é que tem coisas que a gente não conta.
E eu, logo eu, que me digo tão franca, tão transparente, acabei vendo que faço a fortaleza para o mundo quando, na verdade, sou uma ilha perdida e solitária. Não que eu não seja de fato o tipo de pessoa que mata no peito as patadas que levar. Mas, algumas vezes, a patada é tão repentina e tem uma força tão esmagadora, que não dá nem tempo de pensar em matar no peito: Quando você percebe, já voou longe. E dói. Como dói.
E eu já levei patadas. Já levei altas patadas. Já mandei pastar depois de levar patada. Mas também já disse "eu te amo", mesmo depois de uma patada. E são essas coisas que a gente esconde.
Eu já perdi pessoas por dizer "eu te amo". Eu já perdi pessoas e disse "eu te amo" mesmo após perder. Eu já perdi pessoas por não dizer "eu te amo". Eu já implorei por um "eu te amo". E isso eu jamais imaginei fazer.
Eu já corri atrás, muitas vezes. Eu já quis desistir e não consegui. Eu já pedi pra desistirem de mim. Eu já fiz a filha da mãe para desistirem de mim. Eu já magoei e isso é o maior arrependimento que tenho.
Eu também já fui magoada, muitas vezes. Quem nunca foi? Eu já chorei dias e noites. Eu já acordei chorando, fui trabalhar chorando, voltei pra casa chorando. Eu já sofri. Mas, antes de sofrer tanto, já fiz pessoas sofrerem pela minha indiferença. Só depois percebi o quanto a indiferença dói. E tem gente que ainda não acredita em castigo divino...
Eu já amei. Já fui amada. Já amei sem ser amada e já fui amada sem amar. A gente não escolhe essas coisas. Eu já pedi para ser amada e levei um não. Minto: Eu já levei muitos "nãos". A maioria não me deixou muito abatida, mas os que me abateram, me abateram de jeito. Deixaram marcas.
Eu tenho cicatrizes. Acho que todo mudo tem. É como aquela cicatriz por cair de cima do muro: A gente aprende que não é pra subir ali. Aprende? Mentira! Quantas vezes você caiu da bicicleta e continuou pedalando? Penso que temos uma mania cruel de desafiarmos os sinais que a vida nos dá. A gente pega um caminho cheio de pedras, tropeça e cai. Era pra aprendermos a nos levantar e pegarmos outro caminho. Mas ao pegar outro caminho, a gente acaba escolhendo outro, também cheio de pedras, pensando que, dessa vez você sabe por onde andar e não vai tropeçar. Mas as pedras estão no meio do caminho, no meio do caminho estão as pedras: Uma hora ou outra -tum!- você vai cair. A gente precisava aprender a pegar aquele caminho sem pedras. Mas nosso instinto desafiador quer pegar mais um caminho com pedras e provar que é possível sair imune aos trancos e barrancos. Que Deus nos ajude.
E eu estou sempre escolhendo o caminho mais difícil. Eu faço escolhas erradas e percebo tarde demais. Entre dois caminhos, inconscientemente eu já escolho o mais difícil. E acabo tropeçando, caindo de joelhos, chorando e saindo toda cheia de marcas. A dor acaba passando, mas as marcas ficam ali. E quando escolho, de novo, o caminho cheio de pedras e (de novo), caio, olhos pras marcas do primeiro tombo e me acho estúpida: "Você não aprendeu nada?". Não. Minhas escolhas geralmente são erradas.
Pareço conformada, mas não sou. Estou escrevendo pra desabafar, pra mostrar pro mundo que sei admitir que sou fraca. Pra mostrar pro mundo o quão desonesta eu sou quando faço a fortaleza impenetrável quando, no fundo, eu precisava mesmo de um porto seguro. Eu não sou conformada. Eu não quero mais errar, eu não quero mais pedras, eu não quero mais tombos, eu não quero mais cicatrizes. Basta.
Mas também não vou correr atrás de me redimir comigo mesma de uma vez só. Não quero sorver mudanças de uma talagada única. Quero paz, quero sossego. E o que vier, que venha para o meu bem. Sem preocupações com o futuro, sem sofrimento antecipado. Hoje eu só quero que o dia termine bem.
;)
- Escrevi muito, néam? Eu precisava. Nem precisa ler tudo não. Só precisava escrever. Escrever sempre lavou minha alma. -
E eu, logo eu, que me digo tão franca, tão transparente, acabei vendo que faço a fortaleza para o mundo quando, na verdade, sou uma ilha perdida e solitária. Não que eu não seja de fato o tipo de pessoa que mata no peito as patadas que levar. Mas, algumas vezes, a patada é tão repentina e tem uma força tão esmagadora, que não dá nem tempo de pensar em matar no peito: Quando você percebe, já voou longe. E dói. Como dói.
E eu já levei patadas. Já levei altas patadas. Já mandei pastar depois de levar patada. Mas também já disse "eu te amo", mesmo depois de uma patada. E são essas coisas que a gente esconde.
Eu já perdi pessoas por dizer "eu te amo". Eu já perdi pessoas e disse "eu te amo" mesmo após perder. Eu já perdi pessoas por não dizer "eu te amo". Eu já implorei por um "eu te amo". E isso eu jamais imaginei fazer.
Eu já corri atrás, muitas vezes. Eu já quis desistir e não consegui. Eu já pedi pra desistirem de mim. Eu já fiz a filha da mãe para desistirem de mim. Eu já magoei e isso é o maior arrependimento que tenho.
Eu também já fui magoada, muitas vezes. Quem nunca foi? Eu já chorei dias e noites. Eu já acordei chorando, fui trabalhar chorando, voltei pra casa chorando. Eu já sofri. Mas, antes de sofrer tanto, já fiz pessoas sofrerem pela minha indiferença. Só depois percebi o quanto a indiferença dói. E tem gente que ainda não acredita em castigo divino...
Eu já amei. Já fui amada. Já amei sem ser amada e já fui amada sem amar. A gente não escolhe essas coisas. Eu já pedi para ser amada e levei um não. Minto: Eu já levei muitos "nãos". A maioria não me deixou muito abatida, mas os que me abateram, me abateram de jeito. Deixaram marcas.
Eu tenho cicatrizes. Acho que todo mudo tem. É como aquela cicatriz por cair de cima do muro: A gente aprende que não é pra subir ali. Aprende? Mentira! Quantas vezes você caiu da bicicleta e continuou pedalando? Penso que temos uma mania cruel de desafiarmos os sinais que a vida nos dá. A gente pega um caminho cheio de pedras, tropeça e cai. Era pra aprendermos a nos levantar e pegarmos outro caminho. Mas ao pegar outro caminho, a gente acaba escolhendo outro, também cheio de pedras, pensando que, dessa vez você sabe por onde andar e não vai tropeçar. Mas as pedras estão no meio do caminho, no meio do caminho estão as pedras: Uma hora ou outra -tum!- você vai cair. A gente precisava aprender a pegar aquele caminho sem pedras. Mas nosso instinto desafiador quer pegar mais um caminho com pedras e provar que é possível sair imune aos trancos e barrancos. Que Deus nos ajude.
E eu estou sempre escolhendo o caminho mais difícil. Eu faço escolhas erradas e percebo tarde demais. Entre dois caminhos, inconscientemente eu já escolho o mais difícil. E acabo tropeçando, caindo de joelhos, chorando e saindo toda cheia de marcas. A dor acaba passando, mas as marcas ficam ali. E quando escolho, de novo, o caminho cheio de pedras e (de novo), caio, olhos pras marcas do primeiro tombo e me acho estúpida: "Você não aprendeu nada?". Não. Minhas escolhas geralmente são erradas.
Pareço conformada, mas não sou. Estou escrevendo pra desabafar, pra mostrar pro mundo que sei admitir que sou fraca. Pra mostrar pro mundo o quão desonesta eu sou quando faço a fortaleza impenetrável quando, no fundo, eu precisava mesmo de um porto seguro. Eu não sou conformada. Eu não quero mais errar, eu não quero mais pedras, eu não quero mais tombos, eu não quero mais cicatrizes. Basta.
Mas também não vou correr atrás de me redimir comigo mesma de uma vez só. Não quero sorver mudanças de uma talagada única. Quero paz, quero sossego. E o que vier, que venha para o meu bem. Sem preocupações com o futuro, sem sofrimento antecipado. Hoje eu só quero que o dia termine bem.
;)
- Escrevi muito, néam? Eu precisava. Nem precisa ler tudo não. Só precisava escrever. Escrever sempre lavou minha alma. -
sábado, fevereiro 06, 2010
Ah, o verão...
Eu sempre achei que uma das frases mais inteligentes do marketing brasileiro era essa. "Ah, o verão..." é nostálgico. As reticências remetem a verões passados, à pessoas passadas, à risadas passadas, às histórias para contar.
Todo verão deixa sua marca. Lembra do verão da lata, quando um navio liberou sua carga de várias latas recheadas de maconha nas praias? E do verão do apito, em que se apitava para avisar a galera que fumava seu baseado tranquilamente sobre os policiais fazendo ronda na areia? Teve verão da barriga da Leila Diniz, da tanga do Gabeira, do arrastão e do top less.
Esse verão é o verão da cultura do "politicamente correto".
Esse é o verão em que a água de coco em rente ao mar foi proibido por gerar resíduos na areia. A imagem típica e vendida pelo mundo inteiro de alguém sentado sob uma palmeira, de frente para a praia e bebendo água no coco deverá ser substituída pela embalagem longa vida de água de coco nas mãos. Como se a garrafinha d'água, a embalagem do biscoito, a latinha de cerveja, o palito do picolé e a própria embalagem da água de coco industrializada não gerassem resíduos na areia.
A solução da água de coco é para inglês ver. Proibe-se a água de coco quando, o correto, seria fiscalizar "quem" deixa o lixo na areia. Age-se como se o pobre coco abandonado na areia fosse o pivô de toda a imundice na areia da praia. Detesto ser estraga-prazer, mas o coco não sai correndo da mão de quem o comprou e vai estabelecer-se na areia por vontade própria. Realmente nós somos governados por gente muito esperta.
Esse ainda é o verão em que cogitou-se proibir a venda de mate de galão, após ser verificado que o mesmo era feito com água que, de potável, não tinha nem a intenção. Proibir aquele mate que (talvez pela própria água suja), não tem o mesmo gosto do mate de copinho ou daquele que fazemos em casa.
Vamos combinar: Desde a época da minha avó vendia-se mate da galão na praia. Minha mãe bebeu mate de galão. Eu vou à praia e me entupo de mate de galão misturado com limonada de galão. E não o substituo por qualquer outra bebida (substituiria, em outros verões, por uma água de coco -do próprio coco).
Aí, depois de anos, décadas, depois da virada do século, fazem a grande descoberta: A água com a qual fazem o mate é suja. E, em face disso, querem proibir a venda. Baby, acorda! Alguém achou que o mate era feito com água Perrier? Lógico que não. O lance é tão higienizado quanto os salgadinhos que as senhoras vendem em cestas, quanto o açaí que vendem no copinho, quanto o sanduíche natural e o sacolé de frutas. Querem proibir o mate de galão, mas ninguém faz tanto alarde quando a Vigilância Sanitária reprova um restaurante chique pelas condições anti-higiênicas de sua cozinha.
É o verão do retrocesso. É o verão em que o politicamente correto dominou. Pelo andar da carruagem, em breve aplaudir o pôr do sol vai ser considerado subversivo e a Farme de Amoedo vai deixar de ser "a" Farme de Amoedo. E aí, nada mais de tanga do Gabeira, nem barrigão da Leila Diniz, nem apitos, nem latinhas. E a história termina aqui.
"'Cause we were never being boring
(...)
And we were never holding back or worried that
Time would come to an end."
=)
Todo verão deixa sua marca. Lembra do verão da lata, quando um navio liberou sua carga de várias latas recheadas de maconha nas praias? E do verão do apito, em que se apitava para avisar a galera que fumava seu baseado tranquilamente sobre os policiais fazendo ronda na areia? Teve verão da barriga da Leila Diniz, da tanga do Gabeira, do arrastão e do top less.
Esse verão é o verão da cultura do "politicamente correto".
Esse é o verão em que a água de coco em rente ao mar foi proibido por gerar resíduos na areia. A imagem típica e vendida pelo mundo inteiro de alguém sentado sob uma palmeira, de frente para a praia e bebendo água no coco deverá ser substituída pela embalagem longa vida de água de coco nas mãos. Como se a garrafinha d'água, a embalagem do biscoito, a latinha de cerveja, o palito do picolé e a própria embalagem da água de coco industrializada não gerassem resíduos na areia.
A solução da água de coco é para inglês ver. Proibe-se a água de coco quando, o correto, seria fiscalizar "quem" deixa o lixo na areia. Age-se como se o pobre coco abandonado na areia fosse o pivô de toda a imundice na areia da praia. Detesto ser estraga-prazer, mas o coco não sai correndo da mão de quem o comprou e vai estabelecer-se na areia por vontade própria. Realmente nós somos governados por gente muito esperta.
Esse ainda é o verão em que cogitou-se proibir a venda de mate de galão, após ser verificado que o mesmo era feito com água que, de potável, não tinha nem a intenção. Proibir aquele mate que (talvez pela própria água suja), não tem o mesmo gosto do mate de copinho ou daquele que fazemos em casa.
Vamos combinar: Desde a época da minha avó vendia-se mate da galão na praia. Minha mãe bebeu mate de galão. Eu vou à praia e me entupo de mate de galão misturado com limonada de galão. E não o substituo por qualquer outra bebida (substituiria, em outros verões, por uma água de coco -do próprio coco).
Aí, depois de anos, décadas, depois da virada do século, fazem a grande descoberta: A água com a qual fazem o mate é suja. E, em face disso, querem proibir a venda. Baby, acorda! Alguém achou que o mate era feito com água Perrier? Lógico que não. O lance é tão higienizado quanto os salgadinhos que as senhoras vendem em cestas, quanto o açaí que vendem no copinho, quanto o sanduíche natural e o sacolé de frutas. Querem proibir o mate de galão, mas ninguém faz tanto alarde quando a Vigilância Sanitária reprova um restaurante chique pelas condições anti-higiênicas de sua cozinha.
É o verão do retrocesso. É o verão em que o politicamente correto dominou. Pelo andar da carruagem, em breve aplaudir o pôr do sol vai ser considerado subversivo e a Farme de Amoedo vai deixar de ser "a" Farme de Amoedo. E aí, nada mais de tanga do Gabeira, nem barrigão da Leila Diniz, nem apitos, nem latinhas. E a história termina aqui.
"'Cause we were never being boring
(...)
And we were never holding back or worried that
Time would come to an end."
=)
sábado, dezembro 19, 2009
A festa é sua.
Existe uma linha tênue entre a obrigação e a faculdade. Algo que nos é imposto, é feito com certo desprezo, porque o ser humano é, desde sempre, avesso àquilo que é pré-determinado. Seguir sempre as regras, geralmente, é uma agonia. Porém, o que não pode ser remediado, remediado está. E por mais que se aja com desprezo, a obrigação é cumprida.
Porém, quando falamos de faculdades, a coisa toma outro rumo. É muito mais complexo agir por mera liberalidade, eis que nunca se sabe que aquela decisão é a mais correta. Quando se é obrigado a agir de certa maneira e o ato acarreta em fracasso, a culpa não é nossa. Mas quando se abre uma gama de possibilidades à nossa frente e, justamente aquela escolhida acarreta em fracasso, o fracasso dói mais porque a escolha foi pessoal.
Se alguém me dissesse 'A festa é sua. Você deve voltar atrás e reviver tudo de novo.', eu certamente iria rir. Mas, como estaria sendo obrigada a reviver tudo de novo, tomaria rumos diferentes: Faria escolhas diferentes em determinadas situações, tomaria caminhos diferentes para não reviver certos eventos. Florearia meu passado e, hoje, não teria nada a reclamar.
Todavia (e aí está toda a diferença), se alguém me dissesse 'A festa é sua. Você pode voltar atrás e reviver tudo de novo.', eu não o faria. Não mudaria nada no meu passado: Minhas más escolhas, meus piores momentos, meus fracassos. Não que eu tenha lidado bem com todos os meus fracassos. Nem que tenha aprendido com eles, porque muitas vezes acabo cometendo os mesmos erros já cometidos no passado.
Acontece que a festa é minha, mas toda festa precisa de bons e maus momentos. Precisa ter todo mundo reunido e feliz na hora do parabéns, precisa ter alguém brigando no meio do salão, precisa ter um beijo roubado, precisa ter alguém chorando no canto, precisa ter um alguém falando besteiras e fazendo piadas e um bêbado lamentando-se da vida e dormindo no sofá, babando na almofada.
Eu não aprendi nada com a maior parte dos meus fracassos. Mas não trocaria meus fracassos por uma vida perfeita. Eu acredito que a perfeição é chata, sem graça e volúvel. Se a sua festa é perfeita, ela não tem motivo pra ser longa: Não é preciso fazer faxina, não é preciso levar os amigos bêbados com segurança para casa, não é preciso confortar aquele que chora, não é preciso apartar brigas. Mas na minha festa, há tanta coisa ainda a ser arrumada, tanta faxina a ser feita, que eu tenho certeza de que estou só no começo.
Então, que venha 2010 e 'vamo que vamo', porque a festa está só começando.
;)
Porém, quando falamos de faculdades, a coisa toma outro rumo. É muito mais complexo agir por mera liberalidade, eis que nunca se sabe que aquela decisão é a mais correta. Quando se é obrigado a agir de certa maneira e o ato acarreta em fracasso, a culpa não é nossa. Mas quando se abre uma gama de possibilidades à nossa frente e, justamente aquela escolhida acarreta em fracasso, o fracasso dói mais porque a escolha foi pessoal.
Se alguém me dissesse 'A festa é sua. Você deve voltar atrás e reviver tudo de novo.', eu certamente iria rir. Mas, como estaria sendo obrigada a reviver tudo de novo, tomaria rumos diferentes: Faria escolhas diferentes em determinadas situações, tomaria caminhos diferentes para não reviver certos eventos. Florearia meu passado e, hoje, não teria nada a reclamar.
Todavia (e aí está toda a diferença), se alguém me dissesse 'A festa é sua. Você pode voltar atrás e reviver tudo de novo.', eu não o faria. Não mudaria nada no meu passado: Minhas más escolhas, meus piores momentos, meus fracassos. Não que eu tenha lidado bem com todos os meus fracassos. Nem que tenha aprendido com eles, porque muitas vezes acabo cometendo os mesmos erros já cometidos no passado.
Acontece que a festa é minha, mas toda festa precisa de bons e maus momentos. Precisa ter todo mundo reunido e feliz na hora do parabéns, precisa ter alguém brigando no meio do salão, precisa ter um beijo roubado, precisa ter alguém chorando no canto, precisa ter um alguém falando besteiras e fazendo piadas e um bêbado lamentando-se da vida e dormindo no sofá, babando na almofada.
Eu não aprendi nada com a maior parte dos meus fracassos. Mas não trocaria meus fracassos por uma vida perfeita. Eu acredito que a perfeição é chata, sem graça e volúvel. Se a sua festa é perfeita, ela não tem motivo pra ser longa: Não é preciso fazer faxina, não é preciso levar os amigos bêbados com segurança para casa, não é preciso confortar aquele que chora, não é preciso apartar brigas. Mas na minha festa, há tanta coisa ainda a ser arrumada, tanta faxina a ser feita, que eu tenho certeza de que estou só no começo.
Então, que venha 2010 e 'vamo que vamo', porque a festa está só começando.
;)
segunda-feira, dezembro 07, 2009
Até morrer, eu sou.
Ser Flamenguista é comprometer-se em um casamento. Não, é mais do que isso. Existe entre o torcedor e o time uma fidelidade maior que no casamento. É uma cumplicidade. Somente o Flamengo pode fazer com que alguém seja fiel à promessa de amar para sempre, até que a morte os separe.
O Flamenguista é uma espécie rara. Poderia ser objeto de uma análise sócio-antropológica. O Flamenguista tem uma religião própria. Ele acredita em São Judas Tadeu e em Santo Arthur Antunes Coimbra. O Maracanã, em dia de jogo do Flamengo, é uma diplomacia de classes para comunista nenhum colocar defeito: São ricos, são pobres, são iguais, em torno de uma só paixão.
O Flamenguista detém a verdade absoluta de ser o mais querido. O Flamenguista sabe que é referência internacional: O Brasil é samba, praia e Flamengo. Só o Flamenguista tem a plena certeza de reconhecimento em qualquer lugar do mundo. Basta vestir a camisa.
Vestir a camisa. O Flamenguista sabe que é o décimo segundo jogador. O Flamenguista veste a camisa em todos os jogos (e entra em campo). O Flamenguista está na bola roubada, no drible e na defesa. O Flamenguista está empurrando o time em direção ao gol, o Flamenguista é uma muralha no campo de defesa, o Flamenguista é aquele que faz uma prece no momento do pênalti. Deus não resiste ao pedido de milhões, em uníssono.
O Flamenguista não pára. O Flamenguista, no Maracanã, produz mais energia que muita usina elétrica. O Flamenguista se entrega: Sofre, comemora, xinga e apóia. Sempre grita com maior intensidade. O Flamenguista sempre estará um nível acima.
Infelizmente, o Flamenguista nem sempre é bom com as palavras. Mas também, pudera: Ainda não criaram palavras suficientes para explicar esse tipo de paixão. Só o Flamenguista entende o real significado da expressão 'Flamengo até morrer, eu sou'.
(Christiane Leite)
- MEU FLAMENGO É HEXA. MERECIDAMENTE. -
[A Lei 9620/98 protege esse texto, independentemente de registro ou da maneira com a qual o autor se identifica]
O Flamenguista é uma espécie rara. Poderia ser objeto de uma análise sócio-antropológica. O Flamenguista tem uma religião própria. Ele acredita em São Judas Tadeu e em Santo Arthur Antunes Coimbra. O Maracanã, em dia de jogo do Flamengo, é uma diplomacia de classes para comunista nenhum colocar defeito: São ricos, são pobres, são iguais, em torno de uma só paixão.
O Flamenguista detém a verdade absoluta de ser o mais querido. O Flamenguista sabe que é referência internacional: O Brasil é samba, praia e Flamengo. Só o Flamenguista tem a plena certeza de reconhecimento em qualquer lugar do mundo. Basta vestir a camisa.
Vestir a camisa. O Flamenguista sabe que é o décimo segundo jogador. O Flamenguista veste a camisa em todos os jogos (e entra em campo). O Flamenguista está na bola roubada, no drible e na defesa. O Flamenguista está empurrando o time em direção ao gol, o Flamenguista é uma muralha no campo de defesa, o Flamenguista é aquele que faz uma prece no momento do pênalti. Deus não resiste ao pedido de milhões, em uníssono.
O Flamenguista não pára. O Flamenguista, no Maracanã, produz mais energia que muita usina elétrica. O Flamenguista se entrega: Sofre, comemora, xinga e apóia. Sempre grita com maior intensidade. O Flamenguista sempre estará um nível acima.
Infelizmente, o Flamenguista nem sempre é bom com as palavras. Mas também, pudera: Ainda não criaram palavras suficientes para explicar esse tipo de paixão. Só o Flamenguista entende o real significado da expressão 'Flamengo até morrer, eu sou'.
(Christiane Leite)
- MEU FLAMENGO É HEXA. MERECIDAMENTE. -
[A Lei 9620/98 protege esse texto, independentemente de registro ou da maneira com a qual o autor se identifica]
quarta-feira, novembro 25, 2009
Papo mulherzinha I
Estava cá pensando com meus botões: Ou as pessoas andam muito sem criatividade ou não há nada novo para inventar. A tendência é pegar aquilo que foi modismo há tempos atrás, dar um nome pomposo e fazer virar o modismo da próxima estação.
Cheguei a essa conclusão quando estava falando sobre um sapato que eu havia visto uma menina usando. Um peep toe rosa choque.
- Rosa choque?
- Arram. Rosa choque.
- Amiga, não fala isso alto. 'Rosa choque' denuncia a idade.
- Ah é?
- É, rosa choque é coisa de anos 80. Hoje em dia é pink.
Fato é que eu sou do tempo das saias balonês, das blusinhas com ombreiras, das combinações roxo-amarelo-verde-pink, sou do tempo em que se fazia ballet e aeróbica com polainas pra ficar parecendo a Jane Fonda (aliás, sou do tempo em que se ia pra tudo que era lugar de polainas).
Sou do tempo do sundae de abacaxi do Bob's, sou do tempo em que gloss era um batom melecado que vinha em potinhos e se passava com o dedo, sou do tempo do batom 'Rosa choque' da Helena Rubestein, sou do tempo que ninguém sabia o que era um hidratante Victoria Secret's e que o Leite de Aveia Davene era encontrado em 9 de 10 armários femininos.
Sou do tempo das calças de cintura alta, sou do tempo em que mulher usava camisa de malha pra sair. Sou do tempo em que pochete era fashion, sou do tempo em que Havaianas era 'coisa de pobre'. Sou do tempo em que toda adolescente tinha que ter uma calça de bali, um nauru e uma sandália de tiras de couro preto da Cantão no armário. E uma agenda da Chomp e prendedores de cabelo da Pakalolo.
Sou do tempo que todo mundo usava sabonete Phebo, sou do tempo da calça jeans semi bag, sou do tempo da mochila da Company. Sou do tempo em que se ia pra praia com bolsa da Pier e se chupava picolé dragão chinês. Sou do tempo de pular Carnaval em clubes ('pular' carnaval...? Alguém ainda 'pula' carnaval?), sou do tempo que Papai Noel chegava de helicóptero no Maracanã e o prefeito entregava a ela as chaves da Cidade.
E eu sou do tempo do rosa choque. Fazer o quê? Do mesmo jeito que pingüim pra mim sempre terá trema, o tal do pink sempre será rosa choque. Que seja atestado de anos 80, I don't care. Eu sou mesmo.
:)
Cheguei a essa conclusão quando estava falando sobre um sapato que eu havia visto uma menina usando. Um peep toe rosa choque.
- Rosa choque?
- Arram. Rosa choque.
- Amiga, não fala isso alto. 'Rosa choque' denuncia a idade.
- Ah é?
- É, rosa choque é coisa de anos 80. Hoje em dia é pink.
Pois é. A moda da estação é o tal do pink. Além do laranja, do roxo, do amarelo
fluorescente, aquelas cores que se usavam nos anos 80, que (graças a
Deus!) foram abolidas nos anos 90 e que, agora (Deus me
livre!) são a moda do verão 2010. Outro dia, dentro de uma loja,
esperando a vendedora passar meu cartão, assistia um desfile. Uma das modelos
vestia um blazer... com ombreiras! Fiquei aterrorizada. Não
bastou reinventarem a moda do balonê, agora querem recriar a
ombreira? Ah, não. Daqui a pouco estão querendo trazer de volta as
polainas.
Fato é que eu sou do tempo das saias balonês, das blusinhas com ombreiras, das combinações roxo-amarelo-verde-pink, sou do tempo em que se fazia ballet e aeróbica com polainas pra ficar parecendo a Jane Fonda (aliás, sou do tempo em que se ia pra tudo que era lugar de polainas).
Sou do tempo do sundae de abacaxi do Bob's, sou do tempo em que gloss era um batom melecado que vinha em potinhos e se passava com o dedo, sou do tempo do batom 'Rosa choque' da Helena Rubestein, sou do tempo que ninguém sabia o que era um hidratante Victoria Secret's e que o Leite de Aveia Davene era encontrado em 9 de 10 armários femininos.
Sou do tempo das calças de cintura alta, sou do tempo em que mulher usava camisa de malha pra sair. Sou do tempo em que pochete era fashion, sou do tempo em que Havaianas era 'coisa de pobre'. Sou do tempo em que toda adolescente tinha que ter uma calça de bali, um nauru e uma sandália de tiras de couro preto da Cantão no armário. E uma agenda da Chomp e prendedores de cabelo da Pakalolo.
Sou do tempo que todo mundo usava sabonete Phebo, sou do tempo da calça jeans semi bag, sou do tempo da mochila da Company. Sou do tempo em que se ia pra praia com bolsa da Pier e se chupava picolé dragão chinês. Sou do tempo de pular Carnaval em clubes ('pular' carnaval...? Alguém ainda 'pula' carnaval?), sou do tempo que Papai Noel chegava de helicóptero no Maracanã e o prefeito entregava a ela as chaves da Cidade.
E eu sou do tempo do rosa choque. Fazer o quê? Do mesmo jeito que pingüim pra mim sempre terá trema, o tal do pink sempre será rosa choque. Que seja atestado de anos 80, I don't care. Eu sou mesmo.
:)
sábado, novembro 21, 2009
quarta-feira, outubro 21, 2009
Do coração
Estava conversando com um amigo esses dias. Ele me perguntou como eu estava, o que andava fazendo...
- E o coração?
- Batendo, graças a Deus.
- Ninguém para provocar um arritmia?
- Não... Mas bem que às vezes eu acho que ando precisando, sabia?
- Todo mundo, até eu que não tenho um.
- Não tem um? Tem dois?
- Nenhum. Acho que tenho um fígado extra.
x . x . x
Eu tenho um coração. E um fígado. E basta um só de cada. O exagero, na maioria das vezes, torna a coisa meio sacal. Pensa bem: Se, tendo um só fígado, eu ajo como se o pobrezinho fosse resistente a qualquer coisa, imagina se tivesse dois fígados? Provavelmente eu seria a Heleninha Roitman uploaded version (se você tem menos de 25 anos e nunca ouviu falar dessa pessoa, google it.). A mesma coisa acontece se eu tivesse dois corações: Com apenas um coração, eu já faço burradas homéricas (depois eu falo "coração burro!", mas, na verdade, a burra geralmente sou eu, ele só sofre as consequências dos meus atos), imagine se eu tivesse dois corações? Eu seria a personificação da leviandade.
Porém, e se eu não tivesse um fígado? Acho que seria até sem-graça nunca ter sofrido dor no figado depois de passar uma noite inteira bebendo e rindo com os amigos. É aquele tipo de dor que dá, mas a gente acaba até dando um sorrisinho meio de lado, só de lembrar como foi divertida a noite anterior. Dor de ressaca (não de ressaca moral, porque essa é o inferno!), mas de ressaca divertida. Parece futilidade, mas alguém há de entender o que eu estou falando (ainda que seja só a Heleninha Roitman).
E se eu não tivesse um coração? Como eu saberia que um dia vou ter um ataque cardíaco, em plena arquibancada do Maracanã, assistindo um jogo mega tenso do meu Flamengo? Como eu saberia que dor de amor é a maior aflição que se pode ter, mas que passa quando menos se espera? Como eu saberia o que é um amor incondicional, aquela coisa que faz com que você dê sua própria vida pela vida de alguém que se ama? Como eu saberia o que é sentir o coração bater mais forte com uma coisa aparentemente boba, como um olhar? Como eu saberia o que é sentir uma saudade tão forte que aperta o peito até doer?
Na maior parte das vezes, eu não sei o que fazer com o meu coração. Sinto vontade, muitas vezes, de substituí-lo por um outro cérebro (vai que com 2 cérebros eu passe a pensar 2 vezes antes de agir...?). Mas de quê adianta ser tão absolutamente racional sem qualquer emoção? Para isso existem máquinas (e a maior tristeza do robô, não se esqueçam, é não ter um coração). O ideal é equilibrar cérebro e coração: A tal inteligência emocional. Mas se a inteligência emocional fosse conferida a todo mundo, o que seriam dos poetas, dos boêmios, dos amores platônicos, das novelas mexicanas...? Já dizia Fernando Pessoa, "só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas".
[ Quanto ao meu fígado, eu não sei o que fazer, mas ao menos sei o que não fazer: Não doá-lo quando eu morrer. Ninguém merece dor no fígado pós-ressaca por culpa de uma defunta. ]
:)
- E o coração?
- Batendo, graças a Deus.
- Ninguém para provocar um arritmia?
- Não... Mas bem que às vezes eu acho que ando precisando, sabia?
- Todo mundo, até eu que não tenho um.
- Não tem um? Tem dois?
- Nenhum. Acho que tenho um fígado extra.
x . x . x
Eu tenho um coração. E um fígado. E basta um só de cada. O exagero, na maioria das vezes, torna a coisa meio sacal. Pensa bem: Se, tendo um só fígado, eu ajo como se o pobrezinho fosse resistente a qualquer coisa, imagina se tivesse dois fígados? Provavelmente eu seria a Heleninha Roitman uploaded version (se você tem menos de 25 anos e nunca ouviu falar dessa pessoa, google it.). A mesma coisa acontece se eu tivesse dois corações: Com apenas um coração, eu já faço burradas homéricas (depois eu falo "coração burro!", mas, na verdade, a burra geralmente sou eu, ele só sofre as consequências dos meus atos), imagine se eu tivesse dois corações? Eu seria a personificação da leviandade.
Porém, e se eu não tivesse um fígado? Acho que seria até sem-graça nunca ter sofrido dor no figado depois de passar uma noite inteira bebendo e rindo com os amigos. É aquele tipo de dor que dá, mas a gente acaba até dando um sorrisinho meio de lado, só de lembrar como foi divertida a noite anterior. Dor de ressaca (não de ressaca moral, porque essa é o inferno!), mas de ressaca divertida. Parece futilidade, mas alguém há de entender o que eu estou falando (ainda que seja só a Heleninha Roitman).
E se eu não tivesse um coração? Como eu saberia que um dia vou ter um ataque cardíaco, em plena arquibancada do Maracanã, assistindo um jogo mega tenso do meu Flamengo? Como eu saberia que dor de amor é a maior aflição que se pode ter, mas que passa quando menos se espera? Como eu saberia o que é um amor incondicional, aquela coisa que faz com que você dê sua própria vida pela vida de alguém que se ama? Como eu saberia o que é sentir o coração bater mais forte com uma coisa aparentemente boba, como um olhar? Como eu saberia o que é sentir uma saudade tão forte que aperta o peito até doer?
Na maior parte das vezes, eu não sei o que fazer com o meu coração. Sinto vontade, muitas vezes, de substituí-lo por um outro cérebro (vai que com 2 cérebros eu passe a pensar 2 vezes antes de agir...?). Mas de quê adianta ser tão absolutamente racional sem qualquer emoção? Para isso existem máquinas (e a maior tristeza do robô, não se esqueçam, é não ter um coração). O ideal é equilibrar cérebro e coração: A tal inteligência emocional. Mas se a inteligência emocional fosse conferida a todo mundo, o que seriam dos poetas, dos boêmios, dos amores platônicos, das novelas mexicanas...? Já dizia Fernando Pessoa, "só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas".
[ Quanto ao meu fígado, eu não sei o que fazer, mas ao menos sei o que não fazer: Não doá-lo quando eu morrer. Ninguém merece dor no fígado pós-ressaca por culpa de uma defunta. ]
:)
domingo, outubro 04, 2009
Padronização
Posso dizer uma coisa, com a mais plena e absoluta certeza, ainda que não concorde um milímetro com a futilidade dessa certeza: Garota, nunca duvide do poder de um salto 'a mais' e de uns quilos 'a menos'.
É uma constatação da ditadura do padrão que seguimos hoje. Se não há encaixe em qualquer padrão (qualquer que seja, seja ele de cultura, de beleza, de comportamento), há a grande possibilidade de ser visto como um alien. Na pior concepção da coisa. Uma pessoa pode ir para o mesmo lugar, vestindo a mesma roupa, mas vai fazer uma baita diferença se um dia ela for com um salto alto e com 3 kgs a menos e no outro ela tiver 3 kgs a mais e uma rasteirinha no pé. Besteira? Também acho. Mas isso é fato e eu não estou contando por 'ouvir dizer', estou dando um testemnho ocular.
Aí depois de ver o "guru" Mr. Catra cantando que 'uma gordinha faz muito mais na cama que uma magrinha' e que 'quer me seguir, bota um chip na minha p...'; de ver uma menina subindo no palco para dançar funk com um microvestido que ela levantava até a barriga toda hora (e não era 'sem-querer', ela levantava e caía na risada); de presenciar o diálogo "-Você vai ficar com esse cara? Ele é tão inferior a você, não tem cultura, nada a ver!' como se um beijo fosse uma promessa de casamento, eu percebi que eu sou um alien.
Posso estar incluída no padrão de comportamento (com alguns deslizes, senão perde a graça) e de cultura (repare que sequer me incluí no padrão de beleza, sou consciente), mas muitas vezes eu olho em volta e me pergunto de quê planeta vieram certas pessoas. Todavia, esses 'comportamentos' estão tão bem estruturados num padrão (ainda que não seja de um padrão de alto nível), que eu me pergunto de quê planeta eu vim e o que eu estou fazendo perdida por aqui.
Infelizmente, a cultura atual é repleta de padrões de aceitação. Na verdade, determinadas situações exigem um determinado padrão e isso faz com que uma pessoa possa ser tantas e tantas ao mesmo tempo. A versatilidade pode ser interessante. Mas é sacal não se saber exatamente, entre tantas pessoas que uma só pessoa pode ser, qual delas ela é, de fato.
OK, sinto que estou me enrolando. Efeito de (muito) álcool, um pouco de Quintana e sono atrasado nas idéias. Mesmo porque (e aqui eu confesso), chegar às 06:20 da manhã, comer cachorro-quente na rua de café-da-manhã, sentir-se um caco de tanto dançar e acordar às 14:00 da tarde pode não ter preço. Essa vida 'normal' tava me fazendo falta.
:)
É uma constatação da ditadura do padrão que seguimos hoje. Se não há encaixe em qualquer padrão (qualquer que seja, seja ele de cultura, de beleza, de comportamento), há a grande possibilidade de ser visto como um alien. Na pior concepção da coisa. Uma pessoa pode ir para o mesmo lugar, vestindo a mesma roupa, mas vai fazer uma baita diferença se um dia ela for com um salto alto e com 3 kgs a menos e no outro ela tiver 3 kgs a mais e uma rasteirinha no pé. Besteira? Também acho. Mas isso é fato e eu não estou contando por 'ouvir dizer', estou dando um testemnho ocular.
Aí depois de ver o "guru" Mr. Catra cantando que 'uma gordinha faz muito mais na cama que uma magrinha' e que 'quer me seguir, bota um chip na minha p...'; de ver uma menina subindo no palco para dançar funk com um microvestido que ela levantava até a barriga toda hora (e não era 'sem-querer', ela levantava e caía na risada); de presenciar o diálogo "-Você vai ficar com esse cara? Ele é tão inferior a você, não tem cultura, nada a ver!' como se um beijo fosse uma promessa de casamento, eu percebi que eu sou um alien.
Posso estar incluída no padrão de comportamento (com alguns deslizes, senão perde a graça) e de cultura (repare que sequer me incluí no padrão de beleza, sou consciente), mas muitas vezes eu olho em volta e me pergunto de quê planeta vieram certas pessoas. Todavia, esses 'comportamentos' estão tão bem estruturados num padrão (ainda que não seja de um padrão de alto nível), que eu me pergunto de quê planeta eu vim e o que eu estou fazendo perdida por aqui.
Infelizmente, a cultura atual é repleta de padrões de aceitação. Na verdade, determinadas situações exigem um determinado padrão e isso faz com que uma pessoa possa ser tantas e tantas ao mesmo tempo. A versatilidade pode ser interessante. Mas é sacal não se saber exatamente, entre tantas pessoas que uma só pessoa pode ser, qual delas ela é, de fato.
OK, sinto que estou me enrolando. Efeito de (muito) álcool, um pouco de Quintana e sono atrasado nas idéias. Mesmo porque (e aqui eu confesso), chegar às 06:20 da manhã, comer cachorro-quente na rua de café-da-manhã, sentir-se um caco de tanto dançar e acordar às 14:00 da tarde pode não ter preço. Essa vida 'normal' tava me fazendo falta.
:)
terça-feira, setembro 29, 2009
First sight
Eu não costumo corresponder àquela máxima de que 'a primeira impressão é a que fica'. A primeira impressão que as pessoas costumam ter de mim geralmente são erradas. Algumas vezes eu cuido de provar que não sou o que pensam. Outras vezes eu ignoro solenemente a opinião alheia. Fato é que eu raramente sou passível de rotulação.
A primeira impressão é, na verdade, uma impressão preguiçosa. É um julgamento que se faz sem conhecimento de causa algum. Só se fiam nesse 'julgamento prévio' aqueles que, por preguiça ou indiferença, não se dispõem a conhecer algo em todos os seus aspectos. Esses são os que mais perdem, afinal, 'pré-conceitos' não estão com nada.
Há quem acredite que a vida é uma faca de dois gumes. Prefiro acreditar que a vida é um grande e indefinido caleidoscópio.
:)
Quem me vê nos finais de semana andando de short jeans, baby-look e
Havaianas talvez não imagine que sou advogada há 4 anos e que tenho 3
pós-graduações.
Quem me vê todo dia de tailleur e salto alto talvez não imagine que eu
jogava bola com os meninos, que eu quase fui jubilada da faculdade e que eu já
tenha ido à muito baile funk no Salgueiro.
Quem me vê numa mesa de bar, rindo, contando piada e falando besteira
incessantemente talvez não acredite se eu disser que fiz balé profissional,
sapateado, que falo inglês e francês, que muitas poesias minhas já foram
publicadas e que já fui 2º lugar num concurso internacional de poesia.
A primeira impressão é, na verdade, uma impressão preguiçosa. É um julgamento que se faz sem conhecimento de causa algum. Só se fiam nesse 'julgamento prévio' aqueles que, por preguiça ou indiferença, não se dispõem a conhecer algo em todos os seus aspectos. Esses são os que mais perdem, afinal, 'pré-conceitos' não estão com nada.
Há quem acredite que a vida é uma faca de dois gumes. Prefiro acreditar que a vida é um grande e indefinido caleidoscópio.
:)
segunda-feira, setembro 21, 2009
Impotentes, uni-vos!
Não vou entrar no mérito da questão, afinal eu faço isso o dia inteiro (e ganho para isso). Mas às vezes sinto medo de, um dia, ser obrigada a advogar em determinados processos.
Leia: http://bit.ly/vy6fl
Aí você me explica onde, no meu íntimo, eu buscaria profissionalismo suficiente para brigar pela necessidade de uma prótese peniana em face da impotência pós-cirurgia de próstata de um paciente? Como eu diria, muito seriamente, que a impotência é algo absolutamente normal, dada a idade avançada do paciente? Com que cara eu julgaria um processo desses afirmando, como fez o desembargador-relator, que a atividade sexual é uma necessidade básica?
Desculpem-me. Eu sei que parece horrível da minha parte. E realmente é. Mas eu assumo: Eu não conseguiria mesmo conter algumas risadas. Sou ótima profissional, mas... C'est trop fort!
:)
Leia: http://bit.ly/vy6fl
Aí você me explica onde, no meu íntimo, eu buscaria profissionalismo suficiente para brigar pela necessidade de uma prótese peniana em face da impotência pós-cirurgia de próstata de um paciente? Como eu diria, muito seriamente, que a impotência é algo absolutamente normal, dada a idade avançada do paciente? Com que cara eu julgaria um processo desses afirmando, como fez o desembargador-relator, que a atividade sexual é uma necessidade básica?
Desculpem-me. Eu sei que parece horrível da minha parte. E realmente é. Mas eu assumo: Eu não conseguiria mesmo conter algumas risadas. Sou ótima profissional, mas... C'est trop fort!
:)
sábado, setembro 12, 2009
Meu dia em numeros
Uma reunião com a 'cúpula' da empresa de telefonia para a qual advogo.
Dois dias de ausência injustificada da estagiária.
Três diligências de cartório que EU fui fazer, já que a estagiária faltou.
Quatro sentenças para analisar, sendo uma delas de R$9.000,00
Cinco execuções de sentença não cumprida, sendo uma execução de R$ 36.000,00
Seis petições de chamamento do feito à ordem.
Sete minutos para ferver água no microondas, despejar um saquinho de sopa instantânea e tomar: Unica coisa que comi durante o dia.
Oito contestações para fazer.
Nove e meia da noite: Horário que saí do escritório.
Dez audiências que farei em Campo Grande na segunda-feira.
Passa amanhã.
- Don't feel sorry for a lawyer.
[ B.P. @ Sleepers ]
Dois dias de ausência injustificada da estagiária.
Três diligências de cartório que EU fui fazer, já que a estagiária faltou.
Quatro sentenças para analisar, sendo uma delas de R$9.000,00
Cinco execuções de sentença não cumprida, sendo uma execução de R$ 36.000,00
Seis petições de chamamento do feito à ordem.
Sete minutos para ferver água no microondas, despejar um saquinho de sopa instantânea e tomar: Unica coisa que comi durante o dia.
Oito contestações para fazer.
Nove e meia da noite: Horário que saí do escritório.
Dez audiências que farei em Campo Grande na segunda-feira.
Passa amanhã.
- Don't feel sorry for a lawyer.
[ B.P. @ Sleepers ]
sábado, agosto 29, 2009
- Pra quem me odeia --- Fernanda Young
'Eu te amo. É seu ódio que me dá forças para continuar.
Sei que você vive falando de mim por aí, e esse tipo de propaganda boca a boca não tem preço. Todos ficam interessados em conhecer uma pessoa tão o oposto de você.
Você poderia estar fazendo outras coisas- cuidando da sua vida, dedicando-se ao seu trabalho, estudando um pouco. Mas não: Você prefere gastar seu tempo me detestando. Não sei nem se mereço tamanha consideração.
Prometo não mudar, principalmente nos detalhes que você mais detesta. Prometo jamais te responder à altura quando você fizer grosseria comigo. Pois sei que isso te faria ficar feliz com uma atitude minha, sendo uma ameaça para o sentimento tão puro que você me dedica.
Prometo que se algum dia, você deixar de me odiar sem motivo, mesmo assim continuarei te amando. Porque eu não sou daquelas que esquece de quem contribuiu para seu sucesso.
Pena que você não esteja me vendo neste momento, pois veria o meu sincero sorrisinho agradecido - e me odiaria ainda mais.'
Mais certo, impossível.
A inveja alheia é uma grandeza proporcional ao sucesso do invejado. Fato.
P.S.: Não sei se esse texto é realmente da Fernanda Young, afinal, é mais um daqueles textos que a gente encontra na rede. Porém, achei melhor dar os créditos como encontrei.
Sei que você vive falando de mim por aí, e esse tipo de propaganda boca a boca não tem preço. Todos ficam interessados em conhecer uma pessoa tão o oposto de você.
Você poderia estar fazendo outras coisas- cuidando da sua vida, dedicando-se ao seu trabalho, estudando um pouco. Mas não: Você prefere gastar seu tempo me detestando. Não sei nem se mereço tamanha consideração.
Prometo não mudar, principalmente nos detalhes que você mais detesta. Prometo jamais te responder à altura quando você fizer grosseria comigo. Pois sei que isso te faria ficar feliz com uma atitude minha, sendo uma ameaça para o sentimento tão puro que você me dedica.
Prometo que se algum dia, você deixar de me odiar sem motivo, mesmo assim continuarei te amando. Porque eu não sou daquelas que esquece de quem contribuiu para seu sucesso.
Pena que você não esteja me vendo neste momento, pois veria o meu sincero sorrisinho agradecido - e me odiaria ainda mais.'
Mais certo, impossível.
A inveja alheia é uma grandeza proporcional ao sucesso do invejado. Fato.
P.S.: Não sei se esse texto é realmente da Fernanda Young, afinal, é mais um daqueles textos que a gente encontra na rede. Porém, achei melhor dar os créditos como encontrei.
quinta-feira, agosto 13, 2009
Mentiras sinceras
Eu sou dada a criar desculpas criativas para justificar meus próprios erros. Como reduzir uma certa nuance da minha personalidade a um alter ego para justificar o fato de, tantas vezes, eu me sentir um fracasso. O lance é admitir as falhas e life goes on.
Fato é que eu não sei exatamente quem eu sou. É impressionante como eu sou capaz de descrever as pessoas com exatidão (nem tanta exatidão, na maioria das vezes), mas acho tão dIfícil me descrever. Sério, vai lá no orkut e dá uma olhada no meu perfil. Não há descrição de mim. Eu me acho um grande ponto de interrogação.
Só sei de uma coisa: Eu sou sincera. Sincera até demais. Você sabe, tudo que é exagerado, não dá certo. A mentira é o caos necessário à vida pacífica. Diplomacia, essa é a palavra. Entretanto, eu vou além da diplomacia. Eu não sou diplomática. A minha sinceridade exacerbada ainda acaba comigo.
Na verdade, eu sei o que acontece: Minha boca é mais rápida que meu pensamento e, quando eu penso "eu não devo falar isso", tchuns!, já falei. Sempre achei um charme aquelas mulheres misteriosas que parecem que guardam um mundo de segredos dentro de si. Eu não. Eu falo, eu grito, eu me exponho. Eu sou transparente, eu sou aquela pessoa que você olha e sabe exatamente o que ela está pensando. Mas o pior de tudo é que, mesmo quando eu não consigo demonstrar o que eu sinto, eu falo, eu escrevo, eu me jogo de cabeça. Pronto. Acabou a graça.
Eu preciso calar minha boca e não me expor tanto. Eu preciso aprender que Kinder Ovo sem surpresa é só chocolate. Fato.
Fato é que eu não sei exatamente quem eu sou. É impressionante como eu sou capaz de descrever as pessoas com exatidão (nem tanta exatidão, na maioria das vezes), mas acho tão dIfícil me descrever. Sério, vai lá no orkut e dá uma olhada no meu perfil. Não há descrição de mim. Eu me acho um grande ponto de interrogação.
Só sei de uma coisa: Eu sou sincera. Sincera até demais. Você sabe, tudo que é exagerado, não dá certo. A mentira é o caos necessário à vida pacífica. Diplomacia, essa é a palavra. Entretanto, eu vou além da diplomacia. Eu não sou diplomática. A minha sinceridade exacerbada ainda acaba comigo.
Na verdade, eu sei o que acontece: Minha boca é mais rápida que meu pensamento e, quando eu penso "eu não devo falar isso", tchuns!, já falei. Sempre achei um charme aquelas mulheres misteriosas que parecem que guardam um mundo de segredos dentro de si. Eu não. Eu falo, eu grito, eu me exponho. Eu sou transparente, eu sou aquela pessoa que você olha e sabe exatamente o que ela está pensando. Mas o pior de tudo é que, mesmo quando eu não consigo demonstrar o que eu sinto, eu falo, eu escrevo, eu me jogo de cabeça. Pronto. Acabou a graça.
Eu preciso calar minha boca e não me expor tanto. Eu preciso aprender que Kinder Ovo sem surpresa é só chocolate. Fato.
segunda-feira, agosto 10, 2009
Choices
Fiquei pensando ontem em várias coisas para escrever, porém nada se desenvolvia. Podia ser só cansaço, falta de inspiração ou efeito póstumo de cachaça nas idéias, mas nenhum assunto se desenvolvia na minha mente. Tanto é que hoje, quando abri o twitter, vi que escrevi uma frase lá ontem que merece ser desenvolvida (mas que não foi de fato). Escrevi "É tudo uma questão de escolhas: Você é o que você escolhe ser."
Ninguém surge no mundo com uma personalidade definida e traços bem delineados. Essas coisas são adquiridas com o tempo e com o convívio com o resto do mundo. A gente tem a oportunidade de escolher ser exatamente o que queremos ser. Não concordo plenamente com a idéia de que o homem é fruto do seu meio. Apesar de não discordar totalmente, acho que somos mais fruto do que pretendemos ser. Ainda que a pretensão não seja alcançada, a pessoa torna-se um espelho daquela pretensão.
É, está filosófico demais. O que quero dizer é que você é aquilo que você mostra pro mundo. E por quê isso? (acho que esse por quê não tem mais acento circunflexo, mas eu sou velha e estou reaprendendo a escrever depois da reforma ortográfica, então mereço um desconto). Porque eu descobri que, de um certo modo, tenho um alter ego.
Percebi que eu posso ser uma pessoa extremamente explosiva, determinada, corajosa, sem medo do ridículo. Que eu posso ser independente e com um ímpeto de falar tudo o que eu penso e fazer tudo o que me parece bom, sem receio ou pudor. Mas isso tudo, na verdade, não é Christiane Leite. Não é sequer a Chris. Isso tudo é coisa da Crinha. A Crinha é ativa, é cara de pau, é sincera: "Eu só digo o que penso, só faço o que gosto, e aquilo que creio."
Nada contra. Mas até a sinceridade, que é um dos pilares da integridade de uma pessoa, deve ser dosada. E a Crinha exagera, chega a ser sacal. É por isso que (não sei se repararam) eu eliminei a Crinha daqui. Principalmente, tirei a assinatura "Crinha" dos posts, afinal, quem escreve aqui sou eu, não ela. Perfil do orkut, twitter, enfim. A Crinha só ficou mesmo onde não dá pra tirar (ou por costume ou por não conseguir mudar mesmo -como em endereços de email). Não que eu vá conseguir eliminar qualquer vestígio desse alter ego abusado e com um quê de "non sense". Mas, como eu disse, nós somos aquilo que mostramos ao mundo. E agora eu quero ser menos Crinha e mais Christiane.
Engole o choro. Provavelmente um dia ela voltará de algum canto escuro da minha alma. E com a força que ela tem, esse dia pode ser muito muito muito em breve.
:)
Ninguém surge no mundo com uma personalidade definida e traços bem delineados. Essas coisas são adquiridas com o tempo e com o convívio com o resto do mundo. A gente tem a oportunidade de escolher ser exatamente o que queremos ser. Não concordo plenamente com a idéia de que o homem é fruto do seu meio. Apesar de não discordar totalmente, acho que somos mais fruto do que pretendemos ser. Ainda que a pretensão não seja alcançada, a pessoa torna-se um espelho daquela pretensão.
É, está filosófico demais. O que quero dizer é que você é aquilo que você mostra pro mundo. E por quê isso? (acho que esse por quê não tem mais acento circunflexo, mas eu sou velha e estou reaprendendo a escrever depois da reforma ortográfica, então mereço um desconto). Porque eu descobri que, de um certo modo, tenho um alter ego.
Alter ego ou alterego (do latim alter = outro ego = eu) pode ser entendido
literalmente como outro eu, outra personalidade de uma mesma pessoa. O termo é
comumente utilizado em análises literárias para indicar uma identidade secreta
de algum personagem ou para identificar um personagem como sendo a expressão da
personalidade do próprio autor de forma geralmente não declarada.Para a
psicologia, o alter ego é um outro eu inconsciente.[Fonte: http://www.wikipedia.com.br]
Percebi que eu posso ser uma pessoa extremamente explosiva, determinada, corajosa, sem medo do ridículo. Que eu posso ser independente e com um ímpeto de falar tudo o que eu penso e fazer tudo o que me parece bom, sem receio ou pudor. Mas isso tudo, na verdade, não é Christiane Leite. Não é sequer a Chris. Isso tudo é coisa da Crinha. A Crinha é ativa, é cara de pau, é sincera: "Eu só digo o que penso, só faço o que gosto, e aquilo que creio."
Nada contra. Mas até a sinceridade, que é um dos pilares da integridade de uma pessoa, deve ser dosada. E a Crinha exagera, chega a ser sacal. É por isso que (não sei se repararam) eu eliminei a Crinha daqui. Principalmente, tirei a assinatura "Crinha" dos posts, afinal, quem escreve aqui sou eu, não ela. Perfil do orkut, twitter, enfim. A Crinha só ficou mesmo onde não dá pra tirar (ou por costume ou por não conseguir mudar mesmo -como em endereços de email). Não que eu vá conseguir eliminar qualquer vestígio desse alter ego abusado e com um quê de "non sense". Mas, como eu disse, nós somos aquilo que mostramos ao mundo. E agora eu quero ser menos Crinha e mais Christiane.
Engole o choro. Provavelmente um dia ela voltará de algum canto escuro da minha alma. E com a força que ela tem, esse dia pode ser muito muito muito em breve.
:)
segunda-feira, agosto 03, 2009
Carta nº 1
É isso, garota.
Num dia a gente sofre, no outro a gente aprende e no seguinte, já está apta a passar a experiência adiante.
A gente cai, se ergue, cuida do machucado até que ele se torne somente mais uma marca e avisa pra quem vem atrás tomar cuidado para não cair também. E se cair, a gente passa a receita de como cuidar do machucado.
Sofrer por amor é comum. Se não fosse tanta dor, poderia até ser banal. Afinal, quem nunca sofreu? É inerente ao ser humano. Inevitável.
E que não venham nos falar que "amor que é amor, jamais acaba". Mania dessas pessoas de duvidarem do que sentimos... A gente sabe que amou, a gente sabe o quanto amou e a gente sabe como dói ter que deixar de amar. Mas, por todos os clichês do universo, é preciso aprender que a vida segue.
Acabou, garota? Chore. Desabe. Sofra. É o caos necessário. É preciso extirpar toda a dor. Você pode até esconder do mundo o tanto que você sofre, mas jamais vai poder esconder de você mesma.
Vai ter um dia que você vai pensar "eu quero morrer, não dá pra viver assim". Realmente não dá. Mas passa. Juro. Eu também não acreditava, porém, foi a maior verdade que ouvi. Passa. Voltando aos clichês, um belo dia você vai acordar e se dar conta que assim, do nada, passou. E você vai se achar tola por um dia ter pensado em morrer. Não seja cruel em seu auto-julgamento. Tem certas torturas que realmente nos fazem preferir a morte. Entretanto, só quem sobrevive sabe como é viver depois de vencer desafios.
Cá entre nós (e que não me leiam!): Ainda que tenha passado, a saudade vai bater. Não uma, mas várias vezes. No início vai bater e vai fazer com que seu peito doa e as lágrimas escorram. Mas depois a saudade vai abrandando e uma hora você vai perceber que é somente nostalgia. É como a saudade que você tem da infância: Bons tempos que foram intensamente vividos, mas que fazem parte do passado.
A saudade vai bater quando você escutar aquela música, ou quando você arrumar suas gavetas e encontrar aquela carta cheia de amor. A saudade vai bater quando você estiver procurando por uma foto no seu computador pra colocar no orkut e se deparar com aquela foto que vocês bateram naquela viagem que parecia uma lua-de-mel. É possível que você chore. Mas se chorar, que seja somente pela saudade e não pela ausência. É aí que estará toda diferença.
O quanto você puder (e quiser), desabafe. Uma pessoa, que sequer intima minha era, disse pra mim, no auge do meu sofrimento, que era bom conversar. Colocar tudo pra fora pra que estivesse disposto a ouvir. Eu digo mais: Guardar uma dor para si é como tomar uma taça de veneno e não cuspir. Aquilo vai te fazer mal; afinal, toda mudança vem de dentro pra fora.
Pode parecer díficil no início, mas aprenda com tudo. Um dia alguém vai precisar do seu ombro (e da sua experiência). Tudo serve de aprendizado. É mais um clichê, mas quando se fala de dor de amor, o que não é clichê?
Tem mais: Se, depois de tanto tempo, você ainda sente uma pontinha de dor quando vê aquela pessoa com outra e não com você, não se culpe. Somos humanos. Porém, não somos donos. A vida segue para a outra pessoa também.
Com amor,
Christiane
Num dia a gente sofre, no outro a gente aprende e no seguinte, já está apta a passar a experiência adiante.
A gente cai, se ergue, cuida do machucado até que ele se torne somente mais uma marca e avisa pra quem vem atrás tomar cuidado para não cair também. E se cair, a gente passa a receita de como cuidar do machucado.
Sofrer por amor é comum. Se não fosse tanta dor, poderia até ser banal. Afinal, quem nunca sofreu? É inerente ao ser humano. Inevitável.
E que não venham nos falar que "amor que é amor, jamais acaba". Mania dessas pessoas de duvidarem do que sentimos... A gente sabe que amou, a gente sabe o quanto amou e a gente sabe como dói ter que deixar de amar. Mas, por todos os clichês do universo, é preciso aprender que a vida segue.
Acabou, garota? Chore. Desabe. Sofra. É o caos necessário. É preciso extirpar toda a dor. Você pode até esconder do mundo o tanto que você sofre, mas jamais vai poder esconder de você mesma.
Vai ter um dia que você vai pensar "eu quero morrer, não dá pra viver assim". Realmente não dá. Mas passa. Juro. Eu também não acreditava, porém, foi a maior verdade que ouvi. Passa. Voltando aos clichês, um belo dia você vai acordar e se dar conta que assim, do nada, passou. E você vai se achar tola por um dia ter pensado em morrer. Não seja cruel em seu auto-julgamento. Tem certas torturas que realmente nos fazem preferir a morte. Entretanto, só quem sobrevive sabe como é viver depois de vencer desafios.
Cá entre nós (e que não me leiam!): Ainda que tenha passado, a saudade vai bater. Não uma, mas várias vezes. No início vai bater e vai fazer com que seu peito doa e as lágrimas escorram. Mas depois a saudade vai abrandando e uma hora você vai perceber que é somente nostalgia. É como a saudade que você tem da infância: Bons tempos que foram intensamente vividos, mas que fazem parte do passado.
A saudade vai bater quando você escutar aquela música, ou quando você arrumar suas gavetas e encontrar aquela carta cheia de amor. A saudade vai bater quando você estiver procurando por uma foto no seu computador pra colocar no orkut e se deparar com aquela foto que vocês bateram naquela viagem que parecia uma lua-de-mel. É possível que você chore. Mas se chorar, que seja somente pela saudade e não pela ausência. É aí que estará toda diferença.
O quanto você puder (e quiser), desabafe. Uma pessoa, que sequer intima minha era, disse pra mim, no auge do meu sofrimento, que era bom conversar. Colocar tudo pra fora pra que estivesse disposto a ouvir. Eu digo mais: Guardar uma dor para si é como tomar uma taça de veneno e não cuspir. Aquilo vai te fazer mal; afinal, toda mudança vem de dentro pra fora.
Pode parecer díficil no início, mas aprenda com tudo. Um dia alguém vai precisar do seu ombro (e da sua experiência). Tudo serve de aprendizado. É mais um clichê, mas quando se fala de dor de amor, o que não é clichê?
Tem mais: Se, depois de tanto tempo, você ainda sente uma pontinha de dor quando vê aquela pessoa com outra e não com você, não se culpe. Somos humanos. Porém, não somos donos. A vida segue para a outra pessoa também.
Com amor,
Christiane
domingo, julho 19, 2009
Não sou feliz nem triste: Sou poeta.
Estava assistindo pela milésima vez, ontem, o DVD do filme "Sociedade dos Poetas Mortos". Se existe aquele lance de "a música da minha vida", posso dizer que esse é o filme da minha vida. Eu sinto necessidade de assistí-lo de tempos em tempos com a mesma necessidade que sinto de pegar meu "Mensagem" do Fernando Pessoa e reler pela milésima vez.
Percebi que limitar-me a assistir audiências e ler somente peças processuais faz com que eu me esqueça do que eu realmente sou. Porque eu não nasci advogada, mas nasci poesia. E eu preciso mesmo de uma carga de poesia na minha vida (seja vendo um filme ou lendo um livro) para que eu me lembre quem eu sou, de fato.
E só para não perder de novo essa consciência do que eu sou de fato, estou assistindo o DVD do documentário sobre Vinícius. Afinal de contas, amanhã começa mais uma semana para a advogada.
See ya.
Percebi que limitar-me a assistir audiências e ler somente peças processuais faz com que eu me esqueça do que eu realmente sou. Porque eu não nasci advogada, mas nasci poesia. E eu preciso mesmo de uma carga de poesia na minha vida (seja vendo um filme ou lendo um livro) para que eu me lembre quem eu sou, de fato.
E só para não perder de novo essa consciência do que eu sou de fato, estou assistindo o DVD do documentário sobre Vinícius. Afinal de contas, amanhã começa mais uma semana para a advogada.
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