Eu costumo encher esse blog de textos engraçados,principalmente porque minha vida é uma comédia. Mas eu preciso falar sério e preciso ser lida. Então, acho bom vocês lerem até o final, OK?
Acabei de assistir -pela enésima vez, frise-se- o DVD do filme "A Lista de Schindler". Apesar de filmes sobre o Holocausto nos deixarem quase sempre com aquela indagação de "como é que puderam fazer essa barbaridade?", dessa vez fiquei mais chocada -e explico o motivo.
Após assistir o filme, resolvi recorrer ao Santo Google e buscar por menções aos personagens-reais daquela história. De site em site, acabei em algum que falava sobre Amon Goeth, que vem a ser o comandante que matou mais de 7 mil judeus quando o campo de concentração sob seu comando foi fechado. Deixa eu ressaltar: 7 MIL PESSOAS.
Lendo sobre o infeliz -que foi executado meses após o término da II Guerra-, acabei indo parar no YouTube, pois li que a execução dele fora filmada. Ora, se foi mesmo filmada, óbvio que estaria no YouTube.
Realmente encontrei. Mas aí vem o motivo para eu estar escrevendo aqui: Encontrei também vários vídeos exaltando a bravura e a coragem desse cara. Esse cara que, conforme milhões de depoimentos de sobreviventes, acordava diariamente e executava um judeu com um tiro, da sacada de sua casa, também no tal campo. O cara que matou um rapaz por não conseguir tirar manchas de sua banheira. O cara que espancou barbaramente uma menininha por ela não haver passado sua camisa do jeito que ele gostasse.
Não que seja uma mega surpresa encontrar adorações a personagens nazistas, afinal, os skinheads estão aqui para lembrar-nos, sempre, que intolerância é daquelas heranças que não terminaram com a Guerra. Mas quando a gente se depara tão frente-a-frente a isso, dá uma sensação de impotência. De terror.
Na minha ignorância, eu não consigo conceber como as pessoas ainda encontram limites ao convívio. Eu, na minha absoluta burrice, não entendo o que me faz tão melhor de alguém que seja negro, azul, vermelho ou roxo de bolinhas amarelas. Eu não sei o que tanto me distancia daquele que crê em Deus, daquele que não crê em Deus e daquele que crê que Elvis não morreu. O que me faz tão diferente daqueles que são diferentes de mim, a ponto de criar limites e justificar violência contra tais.
Eu acredito que, quando as pessoas passarem a tolerar as diferenças e superá-las, tudo seria mais fácil. O lance não é aceitar as diferenças e cada um pro seu lado: É aceitar as diferenças, aprender com elas, fazer a sua opção e respeitar a opção alheia.
Afinal, eu acredito que, mesmo que se tenha "bigodes de foca e nariz de tamanduá", a gente deve respeitar e conviver. Afinal, existe muita coisa além dos bigodes de foca, do nariz de tamanduá. E vai ver que debaixo de tudo isso, é capaz de se encontrar um grande amigo.
Fica a dica.
2 comentários:
Vc falou tudo. Mandou muito bem!!!
Respeito é fundamental!
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