domingo, outubro 04, 2009

Padronização

Posso dizer uma coisa, com a mais plena e absoluta certeza, ainda que não concorde um milímetro com a futilidade dessa certeza: Garota, nunca duvide do poder de um salto 'a mais' e de uns quilos 'a menos'.


É uma constatação da ditadura do padrão que seguimos hoje. Se não há encaixe em qualquer padrão (qualquer que seja, seja ele de cultura, de beleza, de comportamento), há a grande possibilidade de ser visto como um alien. Na pior concepção da coisa. Uma pessoa pode ir para o mesmo lugar, vestindo a mesma roupa, mas vai fazer uma baita diferença se um dia ela for com um salto alto e com 3 kgs a menos e no outro ela tiver 3 kgs a mais e uma rasteirinha no pé. Besteira? Também acho. Mas isso é fato e eu não estou contando por 'ouvir dizer', estou dando um testemnho ocular.


Aí depois de ver o "guru" Mr. Catra cantando que 'uma gordinha faz muito mais na cama que uma magrinha' e que 'quer me seguir, bota um chip na minha p...'; de ver uma menina subindo no palco para dançar funk com um microvestido que ela levantava até a barriga toda hora (e não era 'sem-querer', ela levantava e caía na risada); de presenciar o diálogo "-Você vai ficar com esse cara? Ele é tão inferior a você, não tem cultura, nada a ver!' como se um beijo fosse uma promessa de casamento, eu percebi que eu sou um alien.


Posso estar incluída no padrão de comportamento (com alguns deslizes, senão perde a graça) e de cultura (repare que sequer me incluí no padrão de beleza, sou consciente), mas muitas vezes eu olho em volta e me pergunto de quê planeta vieram certas pessoas. Todavia, esses 'comportamentos' estão tão bem estruturados num padrão (ainda que não seja de um padrão de alto nível), que eu me pergunto de quê planeta eu vim e o que eu estou fazendo perdida por aqui.


Infelizmente, a cultura atual é repleta de padrões de aceitação. Na verdade, determinadas situações exigem um determinado padrão e isso faz com que uma pessoa possa ser tantas e tantas ao mesmo tempo. A versatilidade pode ser interessante. Mas é sacal não se saber exatamente, entre tantas pessoas que uma só pessoa pode ser, qual delas ela é, de fato.


OK, sinto que estou me enrolando. Efeito de (muito) álcool, um pouco de Quintana e sono atrasado nas idéias. Mesmo porque (e aqui eu confesso), chegar às 06:20 da manhã, comer cachorro-quente na rua de café-da-manhã, sentir-se um caco de tanto dançar e acordar às 14:00 da tarde pode não ter preço. Essa vida 'normal' tava me fazendo falta.


:)

2 comentários:

Dexter Douglas disse...

Padrão Chris de Qualidade!! Não importa o padrão ... Continua sendo vc! A única, inugualável Chris ;-)

Isabela Zamboni disse...

adoro seu blog e o que você escreve...sempre uma ótima blogueira! beijos crinha ^^