domingo, setembro 07, 2008

O que você vai contar para seus filhos?

Disseram-me que ando muito esquisita. Que não sou mais como antigamente.


Engraçado como meu passado me persegue. Depois de 3 anos de formada, estou trabalhando com 4 pessoas que foram "meus" calouros na faculdade. E aí é um tal de "caramba, eu lembro daquilo que você fez... Não foi você?". E eu fico com aqueeeeele sorriso amarelo e tenho que assumir: É, fui eu.




Fui eu que disse apareci na TV em plena Copa do Mundo pedindo nota 10 para o professor me passar de ano [e consegui].


Fui eu a primeira pessoa na minha faculdade a ser expulsa de sala de aula.



Fui eu que fiquei toda encharcada depois que um amigo despejou um extintor de incêndio [o de água, não aquele químico] em mim.



Fui eu que tentei escalar o telhado da faculdade que nem Gabriela para buscar meu scarpin que meu amigo tinha atirado lá.



Fui eu que chamei uma professora pra "resolver uma parada fora da faculdade". Comigo é [era] assim. =P



Fui eu que troquei de lugar os vasos de plantas da faculdade, que iam parar na sala do coordenador inexplicavelmente, por obra dos espíritos zombeteiros.



Fui eu que, vestida de beca, furtei as provas do último período [essa tá registrada por foto, não tem como negar].



Fui eu que tirei as fotos do convite de formatura de beca e óculos escuros pra disfarçar a olheira de ressaca [eu ainda bebia!].



Fui eu que entrei na sala de aula, peguei uma pauta de presença às aulas e apaguei todas as minhas faltas.



E, entre tanta coisa, fui eu uma das pessoas vítimas de um abaixo-assinado para ser jubilada da faculdade [que, óbvio, não vingou].



Respondendo a pergunta-título do post: Aos meus filhos, contarei somente que fui ótima aluna, que tinha notas maravilhosas [é incrível, mas é verdade], que passei na prova da OAB com nota 10, que meu projeto da pós-graduação também foi nota 10. Um dia eu conto o restante. Eles merecem saber [um dia], o legado que mamãe deixou. Mas só quando estiverem já com o caráter formado. Mamãe não foi um exemplo muuuuuuito bom... ;-)


Enfim, mudei sim. Acontece que depois de alguns anos, um namoro-quase-noivado, um término, alguns empregos, três pós-graduações, noites mal-dormidas, dias mal-aproveitados e uma gama de sentimentos indescritíveis, eu acabei mudando. A vida clama por mudanças, bicho. Uma hora ou outra. E eu só me rendi à elas.





P.S.: Só pra constar: Sair com amigos faz um bem danado pra alma! Chega de sofrimento, né? Depois de um mês, vou vivendo a minha vidinha: Errando, mas com estilo. ;-)

4 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, que trajetória de vida acadêmica, heim? Digna de um livro (que seus filhos jamais poderão ler, é claro!)...

Brincadeiras à parte, mudar é um processo natural na nossa existência. Mudamos um pouquinho a cada dia, mesmo sem perceber.

Abraços!

www.vivianerighi.blig.ig.com.br

Cássia disse...

Fazemos nossa vida, nossos objetivos mudam com nossos passos. O olhar nostalgico para o passado é sinal de vida, boas historia ao pé do ouvido dos filhos curiosos. Descobrimos o que somos atraves do que fomos

... disse...

Se seus filhos descobrirem o endereço desses blog, ja era seu plano!!! rss
bj

Paulo César Nascimento disse...

Crinha, pelo menos você é gente que faz... e, pelo menos até onde confessou, nunca torceu pelo Vasco. Serve como último argumento para seus filhos: é, a mamãe já fez coisas sem-noção, mas nunca foi ao fundo do poço. Divertida a sua postagem (ou a sua vida, como preferir). Abraço