Amiga,
Reset. É isso, minha amiga. "Reset" é a solução dos seus problemas.
Você fez o que pôde. Você tentou, você insistiu. Mas não deu certo: Travou tudo, nada se move, a coisa não anda. A solução é dar "reset" e recomeçar do zero.
Eu sei que dói ter que apagar tanta coisa. Eu sei o quanto você se empenhou para fazer a coisa dar certo. Eu sei de todas as vezes que você chorou por ver que a coisa não dava certo, por mais que você se esforçasse para tanto. Eu sei que você passou por cima de seus princípios pessoais, unicamente para que aquilo desse certo. Eu sei que você falou a verdade todo esse tempo, que você se despiu de pudores, que você declarou abertamente suas angústias, seus receios, seus amores.
Mas não deu certo. Tudo o que você fez foi em vão. Todas as palavras que você disse, perderam o sentido. Todos os sentimentos que você expôs, não alcançaram o objetivo que você premeditava. Todas as lágrimas derramadas e todos os seus princípios pessoais, nada disso foi suficiente. E a coisa toda travou.
Demorou, mas enfim você percebeu que é necessário dar "reset". Perde-se muita coisa, mas sempre há a chance de fazer a coisa certa. Não digo que, dando "reset", tudo vai dar certo: Sempre há a possibilidade de acontecer alguma falha e travar tudo, mais uma vez. Mas, pelo menos, você já aprendeu que dar "reset" não dói, não causa rugas e nem dá câncer.
Recomece. É difícil, sim. É ainda mais difícil conceber a idéia de que aquilo tudo que vocÊ construiu, sozinha, não vale mais nada: É trabalho jogado fora. Mas não pense em tempo desperdiçado. Parece clichê, mas tudo serve de aprendizado. Ao menos, você pode dizer que teve coragem de dar "reset" e recomeçar.
E se for muito complicado começar uma nova história do zero, não comece. Deixe a poeira assentar. Na pior das hipóteses, você ganhará mais tempo e mais sabedoria para começar a escrever a próxima história. Mas na melhor das hipóteses, vai aparecer alguém super disposto a escrever essa história ao seu lado, à 4 mãos.
Torço por você.
Com carinho,
Chris.
domingo, maio 16, 2010
domingo, maio 02, 2010
Intolerância: Vamos falar.
Eu costumo encher esse blog de textos engraçados,principalmente porque minha vida é uma comédia. Mas eu preciso falar sério e preciso ser lida. Então, acho bom vocês lerem até o final, OK?
Acabei de assistir -pela enésima vez, frise-se- o DVD do filme "A Lista de Schindler". Apesar de filmes sobre o Holocausto nos deixarem quase sempre com aquela indagação de "como é que puderam fazer essa barbaridade?", dessa vez fiquei mais chocada -e explico o motivo.
Após assistir o filme, resolvi recorrer ao Santo Google e buscar por menções aos personagens-reais daquela história. De site em site, acabei em algum que falava sobre Amon Goeth, que vem a ser o comandante que matou mais de 7 mil judeus quando o campo de concentração sob seu comando foi fechado. Deixa eu ressaltar: 7 MIL PESSOAS.
Lendo sobre o infeliz -que foi executado meses após o término da II Guerra-, acabei indo parar no YouTube, pois li que a execução dele fora filmada. Ora, se foi mesmo filmada, óbvio que estaria no YouTube.
Realmente encontrei. Mas aí vem o motivo para eu estar escrevendo aqui: Encontrei também vários vídeos exaltando a bravura e a coragem desse cara. Esse cara que, conforme milhões de depoimentos de sobreviventes, acordava diariamente e executava um judeu com um tiro, da sacada de sua casa, também no tal campo. O cara que matou um rapaz por não conseguir tirar manchas de sua banheira. O cara que espancou barbaramente uma menininha por ela não haver passado sua camisa do jeito que ele gostasse.
Não que seja uma mega surpresa encontrar adorações a personagens nazistas, afinal, os skinheads estão aqui para lembrar-nos, sempre, que intolerância é daquelas heranças que não terminaram com a Guerra. Mas quando a gente se depara tão frente-a-frente a isso, dá uma sensação de impotência. De terror.
Na minha ignorância, eu não consigo conceber como as pessoas ainda encontram limites ao convívio. Eu, na minha absoluta burrice, não entendo o que me faz tão melhor de alguém que seja negro, azul, vermelho ou roxo de bolinhas amarelas. Eu não sei o que tanto me distancia daquele que crê em Deus, daquele que não crê em Deus e daquele que crê que Elvis não morreu. O que me faz tão diferente daqueles que são diferentes de mim, a ponto de criar limites e justificar violência contra tais.
Eu acredito que, quando as pessoas passarem a tolerar as diferenças e superá-las, tudo seria mais fácil. O lance não é aceitar as diferenças e cada um pro seu lado: É aceitar as diferenças, aprender com elas, fazer a sua opção e respeitar a opção alheia.
Afinal, eu acredito que, mesmo que se tenha "bigodes de foca e nariz de tamanduá", a gente deve respeitar e conviver. Afinal, existe muita coisa além dos bigodes de foca, do nariz de tamanduá. E vai ver que debaixo de tudo isso, é capaz de se encontrar um grande amigo.
Fica a dica.
Acabei de assistir -pela enésima vez, frise-se- o DVD do filme "A Lista de Schindler". Apesar de filmes sobre o Holocausto nos deixarem quase sempre com aquela indagação de "como é que puderam fazer essa barbaridade?", dessa vez fiquei mais chocada -e explico o motivo.
Após assistir o filme, resolvi recorrer ao Santo Google e buscar por menções aos personagens-reais daquela história. De site em site, acabei em algum que falava sobre Amon Goeth, que vem a ser o comandante que matou mais de 7 mil judeus quando o campo de concentração sob seu comando foi fechado. Deixa eu ressaltar: 7 MIL PESSOAS.
Lendo sobre o infeliz -que foi executado meses após o término da II Guerra-, acabei indo parar no YouTube, pois li que a execução dele fora filmada. Ora, se foi mesmo filmada, óbvio que estaria no YouTube.
Realmente encontrei. Mas aí vem o motivo para eu estar escrevendo aqui: Encontrei também vários vídeos exaltando a bravura e a coragem desse cara. Esse cara que, conforme milhões de depoimentos de sobreviventes, acordava diariamente e executava um judeu com um tiro, da sacada de sua casa, também no tal campo. O cara que matou um rapaz por não conseguir tirar manchas de sua banheira. O cara que espancou barbaramente uma menininha por ela não haver passado sua camisa do jeito que ele gostasse.
Não que seja uma mega surpresa encontrar adorações a personagens nazistas, afinal, os skinheads estão aqui para lembrar-nos, sempre, que intolerância é daquelas heranças que não terminaram com a Guerra. Mas quando a gente se depara tão frente-a-frente a isso, dá uma sensação de impotência. De terror.
Na minha ignorância, eu não consigo conceber como as pessoas ainda encontram limites ao convívio. Eu, na minha absoluta burrice, não entendo o que me faz tão melhor de alguém que seja negro, azul, vermelho ou roxo de bolinhas amarelas. Eu não sei o que tanto me distancia daquele que crê em Deus, daquele que não crê em Deus e daquele que crê que Elvis não morreu. O que me faz tão diferente daqueles que são diferentes de mim, a ponto de criar limites e justificar violência contra tais.
Eu acredito que, quando as pessoas passarem a tolerar as diferenças e superá-las, tudo seria mais fácil. O lance não é aceitar as diferenças e cada um pro seu lado: É aceitar as diferenças, aprender com elas, fazer a sua opção e respeitar a opção alheia.
Afinal, eu acredito que, mesmo que se tenha "bigodes de foca e nariz de tamanduá", a gente deve respeitar e conviver. Afinal, existe muita coisa além dos bigodes de foca, do nariz de tamanduá. E vai ver que debaixo de tudo isso, é capaz de se encontrar um grande amigo.
Fica a dica.
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